Os Padres no Tibete de Estevão Cacela

“...e chegamos a Pargão depois de quatro jornadas. Começa esta cidade num campo muito formoso, largo, e aprazível entre serras «montanhas do Himālaya» que de uma e outra parte o vão acompanhado. Elas em si alegres à vista, e muito acomodadas as searas de trigo, e arroz de que então estavam cobertas; reparte-se o campo com duas grandes ribeiras que o fazem muito para ver, principalmente com a frescura que tem de grandes sinceiros, e muito levadas de água que das ribeiras saem; com o campo começam os edifícios das casas muito grandes, e altas, que comummente são de três, quatro, cinco sobrados, de paredes muito grossas, com janelas e varandas que as formam; não estão estes edifícios em forma que façam ruas, ficam divididos uns dos outros em todo o campo, e pelos pés das serras em forma que fazem uma cidade, mas tão comprida que só o que andarmos e vimos dela serão três léguas, ficando-nos ainda mais para ver; porque o campo vai continuando na forma que tenho referido até dar em uma serra que o parte pelo meio com o qual veem as duas ribeiras de uma a outra parte que regam o campo, e nesta serra faz a cidade dois grandes braços que pelos lados dela vão pelas ribeiras acima grande espaço.
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