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Filhas e Filhos

de Ajahn Jayasaro

em 19 Abr 2021

  (...anterior) Tendo treinado desta forma, quando a mente cai num estado nocivo, ela não fica completamente dominada, não cai na rotina, ela rapidamente se endireita a si mesma. Quando uma pessoa que nunca estudou o Dhamma é maltratada, por exemplo, ela em princípio vai ficar zangada e deprimida. Mas uma pessoa que tenha estudado o Dhamma talvez se lembre da reflexão de que até o Buda foi alvo de abusos e de difamação, e, portanto, porque é que a pessoa haveria de ser excepção? Este pensamento pode levar à aceitação da situação. Ao trazermos à mente reflexões sábias, podemos começar a largar as emoções negativas, e começar o nosso próprio desmame do refúgio do álcool e dos comprimidos. Este nível de pañña discrimina entre bom e mau, entre o benéfico e o prejudicial; dá-nos uma visão pacífica e realista da nossa vida e do mundo. Mas não se trata de um refúgio infalível, sobretudo quando tiverem surgido emoções fortes.

Um nível mais elevado de pañña é a sabedoria que traz conhecimento e compreensão à mente daqueles que têm sīla pura e samādhi (concentração) estável. Neste nível, a sabedoria deixa de ser um pensamento. É muito mais rápida do que pensamentos, como um avião supersónico a voar mais depressa do que o som. Ter sabedoria é ver claramente todas as coisas como elas são, ao ponto de deixarmos de desfrutar de nos apegarmos a elas como sendo eu ou minhas. Esta é a sabedoria que penetra totalmente a verdade de que tudo, incluindo os nossos pensamentos e sentimentos, pertence à natureza e não tem dono. É a sabedoria para ganhar consciência de que a nossa vida não é um forte numa terra árida, mas antes um rio que flui calmamente pelo jardim do mundo. Quando desenvolvemos a sabedoria para ver isto, podemos abrir mão.

O Buda ensinou que encorajar fé, conduta virtuosa, generosidade e sabedoria nos corações dos pais é o mais elevado serviço que se lhes pode prestar, mas ele não descurou os tipos mais básicos de serviço. Ele ensinou que um bom filho deve cuidar dos seus pais. Cuidar dos pais começa com itens materiais, embora não se fique por aí. Oferecer presentes materiais e providenciar conforto é um símbolo de amor, mas não é uma prova de amor e seguramente não deve ser um substituto deste.

A forma como as filhas e os filhos se relacionam com os pais varia de família para família, uma vez que depende de muitos factores; por exemplo, de quantos filhos tem a família, das suas idades, do facto de ainda estarem a viver em casa ou noutro sítio, perto ou longe, etc. Quando os pais envelhecem, um bom filho ou filha ajuda a tomar conta deles. Se não for de facto viável (e não apenas uma desculpa esfarrapada), então deve visitá-los tanto quanto possível, ou pelo menos telefonar ou escrever regularmente, para saber deles e contar aos pais o que se está a passar na sua vida. Saber que os filhos têm saudades e se preocupam com eles é um remédio que dá paz de espírito aos pais, e pode ser um remédio mais eficaz do que aqueles que os médicos lhes prescrevem. Nós damos aos nossos pais o que conseguimos dar. É maravilhoso se podermos pagar as contas médicas quando os nossos pais estão doentes, mas se formos pobres e não tivermos recursos para esse tipo de assistência, então devemos dar aquilo que efectivamente temos – como tempo. Sentarmo-nos com eles, ler-lhes ou tratar deles o melhor que conseguirmos (por exemplo, fazer-lhes uma massagem, dar-lhes banho ou dar-lhes de comer), estas coisas podem ser mais valiosas para os nossos pais do que qualquer oferta material ou dinheiro.

O discurso que citei acima diz-nos que o maior factor a condicionar a felicidade e o sofrimento nas nossas vidas são os pensamentos e as emoções, ou, por outras palavras, a mente propriamente dita. É por esta razão que o Buda diz que é um grande mérito desenvolver características saudáveis e vivenciar estados mentais felizes e alegres. É um tipo de oferta que permite aos nossos pais receber uma dádiva inestimável.
  (... continua) 
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