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Tudo o que há para saber

de Miguel Ledro Henriques

em 26 Fev 2024

  (...anterior) Mas ao longo do caminho, os pequenos humanos vão começando a deixar a sua atenção mais demoradamente nalgumas vivências, em lugar de as deixar passar completamente (a ciência yógica chamou a estes “tentáculos” de consciência, à atenção que se estende através dos diferentes aparelhos perceptivos, indriyas). Uma voz mental começa a dizer “gosto disto”, “não gosto daquilo”, e o fluxo da vida começa a mover-se aos soluços. É que, como tu és esta atenção, e como de cada vez que decides “gosto” ou “não gosto” um “quero” ou “não quero” é quase automaticamente criado, começas a deixar pedaços de ti em forma de tentáculo invisível agarrados a essas vivências. É assim que são criadas as preferências, a totalidade das quais forma o que se chama hoje de ego, e que passas firmemente a acreditar que és e deve ser afirmado.
Aquelas de que estás mais ciente e não te envergonhas, usas como um crachá e chamas orgulhosamente personalidade; aquelas de que estás menos ciente ou não queres admitir carregar, formam aquilo que é hoje geralmente chamado de subconsciente. Agora repara, toda a tua vida tens vindo a deixar pequenos ou grandes pedaços de ti agarrados a coisas do mundo. Foste deixando de ser capaz de ter experiências profundas constantemente, sentindo menos e menos energia para existir, aprendendo mais e mais devagar, e tornando-te mais e mais desconfortável com a mudança.

Começaram a surgir todo o tipo de medos sob a forma de ansiedade, frustração, raiva, orgulho, inveja, porque constante e inconscientemente tentas proteger aquelas preferências, tentas tornar o mundo como achas que deve ser, tentas reafirmar aquilo que a voz na cabeça te diz que és. E para diminuir o volume desconfortável da insatisfação, para tentar encobrir o medo, corres de distracção em distracção, do trabalho para a tv, para as redes sociais, conversas supérfluas, sair à noite, tentando que não haja nem um momento livre contigo mesma/o, em silêncio, pois lá no fundo sabes que a mente começará a gritar todas as coisas que tens vindo a acumular e tentar esconder, e a dor poderá ser insuportável. Espanta-me sempre, a incrível capacidade humana para andar por aí a carregar o enorme peso das suas preferências, para viver arrastando todas as coisas que sente o impulso de repetir ou reprimir, para suportar sofrimento interno atroz, quais gigantes pedras invisíveis nas suas costas,

Mas essa incrível capacidade pode ser-te devolvida para passar de carga a poder, toda a energia da consciência presa nesses tentáculos, nessas memórias e projecções, pode ser recuperada, para que natural e espontaneamente possas sentir-te novamente tão enérgica/o, calma/o, despreocupada/o, alegre e apaixonada/o pela vida como uma criança, e agora empoderada/o por todo o conhecimento e habilidades que coleccionaste pela vida, elevando-te conscientemente, elevando o mundo à tua volta, graças à possibilidade de te atirares sem hesitação ou temor e com todo o teu poderio ao que quer que seja necessário, ao que quer que a Existência traga.

Isto pode ser dito de outra forma: até agora, a maior parte das decisões que tomaste – e estas decisões ditam como te moves pela vida e a qualidade das experiências que tens – foram ordenadas pela mente, o dito conglomerado de preferências; esta personalidade só consegue decidir com base em memórias e as projecções que faz a partir delas, e portanto está constantemente a tentar reiterar-se, a tentar repetir o que quer e evitar o que não quer, pensando que é melhor, mais seguro, mais confortável, manter as coisas como são; mas não podes andar para a frente, aprender, crescer, expandir, repetindo vivências; desidentificando-te do ego, chegando a conhecer-te e tornando-te centrada/o no que és -- o que só é possível recuperando toda a energia da consciência --, serás capaz de tomar decisões baseando-te directamente na consciência, da maneira que tem sido chamada desde o princípio dos tempos intuição, ou inspiração.
  (... continua) 
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