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Mosteiro Budista
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Budismo Theravada

de Bhikkhu Dhammiko

em 08 Abr 2006

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Numa época coincidente com a perca de confiança na maioria dos monges estatais, muitos dos quais já não passavam de meros burocratas vestidos de hábitos, os monges Kammatthāna começaram a representar assim, aos olhos de muitos monásticos e da população, uma expressão sólida e fidedigna do Dhamma, num mundo em rápida e furiosa modernização.

Foi por esta altura que outro grande nome vinha-se levantando, alguém que iria alicerçar e catapultar todo o movimento e a essência inspirada por Ajahn Mun, através de todo o país e não só. Foi Ele o Venerável Ajahn Chah – Phra Bodhinyāna Thera. Tal como Ajahn Mun, Ajahn Chah nasceu na Terra de Isahn, nordeste da Tailândia, mais precisamente na chamada “Província dos Sábios”, Ubon. Aos nove anos decide largar a família e ordenar-se num mosteiro local Mahanikaya. Aos vinte recebe ordenação completa como Bhikkhu (monge). Em júnior estuda o básico do Dhamma, a disciplina e outras escrituras. À medida que estuda o Pali e traduz comentários do Dhammapada (§), apercebe-se da disparidade entre a sua vida e a dos monges na época do Buddha (§): eles vagueavam nas florestas “solitários, impetuosos e determinados”, e ele colado a um livro na sala de estudo de um mosteiro...estaria ele a perder o espírito da resolução? Até que ponto era o estudo académico importante? Algo dentro dele estava a permanecer abafado por declinações e aproximações limitadas na raíz das próprias palavras. Aquele não era certamente o caminho para a libertação. Insatisfeito com a sua situação e com o desleixo da disciplina local, decide partir em busca de orientação superior na meditação. Com outro amigo parte em tudong (peregrinação da floresta e dos meios silvestres).

Durante vários anos, caminham no estilo asceta, dormindo em florestas e cavernas, atravessando vários desafios e adversidades pelas selvas de Isahn. Encontram alguns Mosteiros e mestres da Floresta, com os quais passam temporadas, assimilando os seus ensinamentos e praticando a meditação.
Foi durante a sua estadia no Mosteiro de Wat Kow Wongkot, que pela primeira vez Ajahn Chah ouviu falar no nome do monge que se viria a tornar uma figura legendária em toda a Tailândia, o monge mais reverenciado da sua geração, Ajahn Mun. Um leigo informa-o então de que Ajahn Mun, após ter estado dez anos retirado no norte, tinha regressado a Isahn, com um largo grupo de monges, estabelecendo-se nas montanhas de Sakon Nakon. É então que Ajahn Chah decide visitá-lo.
Num momento crítico, em que dúvidas inundavam o seu propósito monástico, este foi o encontro crucial que marcou profunda e significativamente Ajahn Chah até ao fim da sua vida. Assim que entraram no mosteiro de Ajahn Mun, Ajahn Chah foi imediatamente invadido pela atmosfera tranquila e discreta. Havia algo no mosteiro como em nenhum outro – o silêncio estava curiosamente carregado de vibração.

Depois de prestarem os devidos respeitos, entre várias perguntas, Ajahn Mun perguntou se eles tinham alguma dúvida em relação à prática. Ajahn Chah respondeu afirmativamente, manifestando o seu desalento com o estudo dos textos da disciplina que parecia ser demasiado pormenorizado para ser praticado: parecia não ser possível manter todas as regras. Qual deveria ser a norma a seguir? Ajahn Mun aconselhou-o como princípio básico a seguir os “Dois Guardiões do Mundo”: hiri (um sentido de vergonha) e ottappa (medo inteligente das consequências). Na presença dessas duas virtudes, Ele disse, tudo o resto se seguiria. Depois, discursou sobre o treino das três categorias do óctuplo caminho para o aperfeiçoamento: sila (moralidade), sādhana (concentração) e paññā (saber); e sobre as quatro Estradas para o Sucesso e os cinco Poderes Espirituais. Com uma autoridade exímia, descreveu a “forma como as coisas realmente são” e o caminho para a liberação. Ajahn Chah ficou perfeitamente extasiado.

Mais tarde, Ajahn Chah disse que apesar de ter passado um dia fatigante a caminhar, ao ouvir Ajahn Mun discursar, todo o enfado desapareceu, a sua mente ficou clara, serena, sentindo-se leve.
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