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Mosteiro Budista
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Viagem ao Tibete

de Maria

em 19 Mai 2019

  (...anterior) Não há casa de banho e satisfeitas as necessidades, ou se conservam no quarto, ou são atiradas pela janela fora. Passei uma noite mal dormida, devido à febre e hoje, ao olhar para mim, pelo desgaste sofrido na viagem, pareço mais velha dez anos.
A japonesa está pior que eu, pois não reage psiquicamente. Sendo a mais jovem do grupo ressentiu-se fisicamente de todas estas condições agrestes da viagem e tinha mais febre do que eu. Viajava sozinha e, como tal, faltava-lhe o apoio humano, o que é muito importante nestas ocasiões. Isto de viajar pelo Tibete é mesmo muito desgastante...
Esta cidade é muito pobre e, como é natural, as pessoas não andam muito limpas. Os trajes não são muito definidos, embora todos vistam de modo semelhante”.

11-8-89
“A viagem é tão preenchida e fatigante que nem dá para escrever, muito embora haja muita coisa para contar. São muitos quilómetros percorridos em poucos dias, as estradas não existem, ou são apenas caminhos de pedras e, por vezes, estão alagadas de água, o que obriga o autocarro a rodar em constantes solavancos. Torna-se uma viagem incómoda, até porque a camioneta não é confortável. (É provável que os chineses não estejam interessados em proporcionar muito bem estar aos turistas, mas sim, receber divisas).
O motorista é tibetano, mas o guia é chinês, Mr. Gorky, de trinta e poucos anos.
Ontem viajamos só depois do almoço. De manhã houve visita ao primeiro mosteiro ao qual não fui por me encontrar doente. Praticamente nada comi, o que vem sendo um problema, pois já não faço uma refeição há cinco dias, o que contribui para me sentir doente: o esforço despendido é muito e o corpo precisa de novas energias, difíceis de se obterem sem descanso.
Chegamos a Shigatzé cerca das dezanove e trinta, e esperava-nos finalmente um bom hotel. Até me parecia mentira puder desfrutar de lençóis tão limpos e de uma casa de banho, principalmente com chuveiro quente.

Fizemos uma refeição no quarto, mas mal consegui comer umas bolachas. Durante a noite tive febre e tremendas dores de cabeça o que atribuo também à altitude. Sonhei várias vezes com os chineses e eles não se mostravam nos sonhos muito cordiais, o que quer dizer que temos de ter cuidado. (Sonho profético).
De manhã houve pequeno - almoço ocidental, o que reconfortou um pouco o organismo. Conversamos com os italianos, casal espiritualista que fazia parte do grupo. Ele usava o pêndulo, tinha muita sensibilidade, intuição e certos conhecimentos. A propósito de pertencermos ou não a um grupo espiritualista, disse-me que eu sozinha representava um grupo e por isso não precisava deles. Corroborou as palavras de Mestre Morya: “O teu caminho é sozinha!”
Fomos então visitar o mosteiro de Tashilhumpo, mandado construir em 1445 por Tsong-Ka-Pa. (Um dos sítios mais bonitos, em termos espirituais, já que nem em Potala senti este misticismo). Havia a maior estátua de bronze do Buddha (§) Maitreya, o próximo Buddha, e senti uma boa vibração. Visitámos muitas capelas onde se viam tibetanos a fazer oferendas e sempre com muita devoção. Prostravam-se no chão em vénias sucessivas e senti sinceridade e religiosidade no acto. Numa dessas capelas ou salas havia constante pere- grinação e era permanente a vigília espiritual que faziam ao corpo embalsamado do Panchen-Lama, a segunda autoridade religiosa do Tibete, recentemente falecido, e que aqui residia no tempo em que estava no Tibete, pois vivia também na China. Muito incenso, velas e cânticos e, ao ouvi-los, fui tocada no coração por tanta devoção.
Foi nesta manhã e neste mosteiro, em que me sentia tão doente, quase desfalecendo, e em que tive de reunir todas as minhas forças para acompanhar o grupo sem deixar transparecer o meu estado, que contudo senti a maior ligação espiritual até agora.
  (... continua) 
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