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Evangelhos - 2005 Comentados

de Firmamento Editora

em 26 Fev 2007

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O dito Vos estis sal terrae, “Vós sois o sal da terra” significa, pela função preservadora e de dar sabor do sal, e pela simbólica de justiça, que aos discípulos do rabi da Nazaré importa terem presente que a missão deles é conservarem e intensificarem as boas qualidades das pessoas e coisas e trabalharem no advento progressivo do Reino dos Céus nos corações humanos e portanto cada vez mais na Terra. A polaridade Céu Terra é em termos alquímicos apresentada como o enxofre flamejante e o sal terrestre e quinta-essência do mar, e a esta alquimia de unir as duas extremidades do eixo elemental e existencial, em nós e no mundo, se refere certamente Jesus.

Os discípulos devem pois viver com firmeza, alegria e justiça, harmonizando os ambientes, estimulando as potencialidades dos que os rodeiam, fermentando e levedando as situações em que estão envolvidos, catalisando soluções de concórdia cristalina, e não violentas e unilaterais, para os conflitos (até mundiais). Neste sentido a Boa Nova segundo S. Marcos (9-49) refere:”Tende sal em vós, e guardai paz entre vós”, no que se entende o preceito de se manter a irradiação espiritual e de amor, o ânimo forte e dialogante, que consegue dar sentido evolutivo, esperança e alegria à Vida e aos seus acontecimentos, relações e actos.
Porquê os discípulos e discípulas de Jesus o Cristo alcançarão estas promessas de serem o sal da terra e a luz do mundo mais do que outras pessoas?
Primeiro, porque a eles aplicam-se algumas das bem-aventuranças, que antecedem este dito no discurso de Jesus: “Bem ditos sejam os pobres e receptivos ao Espírito, os suaves ou humildes, os que tem fome e sede de justiça, os que se lamentam ou choram com razão, os misericordiosos, os puros de coração, os que possuem e transmitem a paz, os que são perseguidos sendo justos, ou pelo seu testemunho espiritual.”

Segundo, porque estão conscientes e praticam o conselho do Mestre registado no mesmo Evangelho segundo S. Mateus (18,19):”Também vos digo que se dois de vós se unirem entre si sobre a terra, qualquer coisa que pedirem, ser-lhe-ás concedida por meu Pai que está nos céus. Em verdade, onde dois ou três se reunirem em meu nome eu estarei no meio deles”, e cujo exemplo mais paradigmático e estimulante para nós será sempre a efusão do Espírito Santo no Pentecostes, que deverá ser constantemente relembrada e trabalhada, desde a família ao trabalho e aos pequenos grupos ou mesmo ocasionais encontros em que essa unidade de crentes e invocadores do ensinamento ou bênçãos de Jesus os faz sentir e tornar canais ou membros vivos e inspirados do corpo místico de Cristo, ou seja, da Sua omnipresença espiritual. E não nos esqueçamos que em Portugal, a Tradição do Espírito Santo, adquiriu a partir da rainha Santa Isabel, apoiada pelos Franciscanos e Templários, (§) matizes e chamas únicas e perenes de fraternidade, liberdade e espiritualidade.

Terceiro, porque laboram na sementeira do Amor Divino, comungando com a Fonte Primordial que Jesus lhes revelou e dá e que é a Água Viva para toda a Eternidade, e da qual podem beber pela oração e contemplação, pela Eucaristia, pela leitura das escrituras sagradas e do grande livro da Natureza. Fonte esta que tanto é a ensinada à Samaritana a partir dum poço, como a explicada em: “Eu sou a Luz do mundo: quem me segue, não caminhará nas trevas, mas tem o Lume da vida”, o fogo do Amor, S. João (8,12).
É pois a partir da experiência do auto-conhecimento espiritual, e da vivência diária amorosa e luminosa (as boas obras salinas), que devemos ver e compreender estas passagens tão exaltantes da natureza do discípulo e do cristão, estendendo-se este termo ao seu sentido mais lato de adorador e amante de Deus, discípulo dos mestres ou santos, praticante do Amor-Sabedoria supremamente manifestado pelo mestre Jesus.
Tornar-nos capazes de as merecermos e de as vivenciarmos, eis o desafio diário, semanal, anual, eterno do Caminho, tanto meditativo e contemplativo como activo e harmonizador, que nos cabe por direito e obrigação de sermos filhos e filhas de Deus, discípulos do Mestre, almas luminosas e espirituais, seres fraternos, ecuménicos e universalistas.

Utilizou-se a versão do Novo Testamento Greco-Latina com anotações
de Erasmo. Edição 1705., bem como a edição do Novo Testamento editado em Paris 1541 por Robert Stethanus.
   
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