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Textos Sagrados são os registos que evocam o divino. Neste espaço eles irão testemunhar a reverência espiritual da humanidade, porque asseguraram e continuarão a assegurar, a herança que dirige o rumo da contínua evolução dos seres. A Sabedoria perene e a força espiritual irradiam através dos tempos, sob a égide de Escrituras Sagradas.


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Bhagavad Gītā - Canto XV

de Rājarāma Quelecar

em 02 Abr 2007

  A Bhagavad Gītā é uma das obras primas da literatura mundial e a melhor jóia da literatura indiana. A Gītā ensina-nos que a finalidade do homem é a sua espiritualidade e que todo o homem deve trabalhar sem esmorecer para alcançá-la utilizando para esse fim, todas as suas possibilidades, esclarecendo-nos mais as verdades superiores da filosofia e da religião, a conduta do homem na sociedade e a da sociedade humana no mundo cósmico.

O princípio espiritual no cosmo e no homem

Canto XV
I
O Universo cósmico é figurado, pelos sábios, no Ashvatha imperecível (árvore do pimpol), que tem as suas raízes no alto (eternidade), os seus ramos se estendem em baixo (no mundo) e as suas folhas representam os hinos védicos. Quem o conhece é o conhecedor dos Vedas;

II
Os seus ramos, estendendo-se em baixo, dirigem-se para o alto e, impregnando-se das qualidades da natureza, brotam gomos para novos ramos e novas raízes; as suas folhas verdes são os objectos dos sentidos e as suas novas raízes, irrigadas pelos desejos, dando o impulso à roda da acção, aprofundam mais e mais, neste mundo.

III
A sua forma completa como se acha descrita é um mistério neste mundo material dos homens; não se sabe o seu começo, nem o seu termo, nem a sua situação. Enraizado profundamente esse Ashvatha, é indispensável derrubar o seu trono com o machado do ascetismo;

IV
Entranhar-se e, descobrindo as suas raízes, caminhar e caminhar até atingir o Ser Supremo original de que dimana este mundo da acção e donde ninguém regressa, lá chegado uma vez.

V
Mas atingem esse Infinito Supremo só aqueles que são isentos de orgulho e vaidade e de tudo o que alimenta ilusão, sem ambições, tipos concentrados, livres dos desejos e da dualidade do prazer e que têm conhecimentos profundos de tudo.

VI
Lá não há Sol que os ilumine, nem a Lua que lhes dê o fresco luar, nem o fogo que os aqueça, e os homens que o atingem não mais regressam. É a Minha Suprema Mansão.

VII
Uma pequena fracção do meu Ser Supremo se torna espírito em todas as criaturas vivas, neste mundo cósmico, atraindo os cinco sentidos e o mental da Natureza.

VIII
Assim, o Espírito, quando reveste o corpo, da mesma forma quando o rejeita, leva consigo esses sentidos e o mental, tal como a corrente aérea arrasta consigo o aroma exalado das flores.

IX
Imperando nos sentidos do ouvido, da vista, do tacto, do gosto, do olfacto e no mental, o Espírito do homem frui todos os prazeres dela.

X
O Espírito, quando rejeita o corpo ou quando o reveste, aliando-se às qualidades da natureza, desfruta os prazeres dos sentidos e é incompreendido do homem vulgar; só o vê aquele que tem olhos de sabedoria.

XI
Os Yogīs, pelos seus esforços perseverantes, chagam a observá-lo em si próprio; o homem vulgar e, bem assim, o ignorante, mesmo com maiores esforços, não conseguem vê-lo.

XII
A energia do Sol que vivifica todos os seres, o luar, o calor do fogo, todas estas energias emanam de Mim.

XIII
Penetrando na terra, pelo Meu poder, sustento nela toda essa multiplicidade de seres e, tornando-Me a seiva, nutro todo o reino vegetal.

XIV
Tornando-Me a chama da vida no corpo de todas as espécies animais, dirjo o sistema nervoso e muscular do aparelho digestivo e faço assimilar toda a diversidade de alimentos, a fim de assegurar a sua conservação.

XV
Estou no íntimo de todos os homens e de Mim procedem neles a razão, a memória, o conhecimento e também a carência dessas faculdades; sou Eu o cognoscível dos Vedas, o autor do Vedānta e o conhecedor dos Vedas também.

XVI
Há dois seres no universo: o perecível e o imperecível. O primeiro abraça as formas de todas as criaturas e o segundo é a essência de todas elas.

XVII
Além destes dois seres, existe o terceiro, que é chamado Paramātman (Supremo Ser Imutável), essência primordial eterna, origem de tudo e penetrando tudo.

XVIII
Esse Ser sou Eu e, estando além do perecível e muito acima do Imperecível, sou proclamado Puruṣotama (Supremo Ser) pelos sábios nos Vedas e, por consequência no mundo.

XIX
Assim, o sábio que me considera como Supremo Ser, expulsando todas as suas ilusões e conhecendo profundamente tudo, adora-Me com todo o seu coração, em todas as formas.

XX
Já te instruí sobre o conhecimento, o mais misterioso, oh Arjuna. Assimilá-lo absolutamente é tornar-se perfeito e, no sentido mais lato, é realizar a vida.
   


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