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Mosteiro Budista
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Liberdade na restrição

de Ajahn Sundara

em 19 Abr 2007

  (...anterior) Mosteiro Chithurst Quando existe a Plena Atenção não existem pormenores deixados para trás. Por vezes dizemos algo que não é muito inteligente e depois pensamos que podíamos ter dito algo melhor. Mas se tivermos plena consciência ao falar, nesse momento, de alguma forma, a mancha dessa auto-imagem que está tão poderosamente impressa em nós, é removida ou pelo menos diminuída.
Enquanto seguimos este caminho de prática, disciplina é algo que realmente faz sentido. Quando começamos a entrar em contacto com a crua energia do nosso ser, e com a crua energia de ódio, cobiça, estupidez, inveja, ciúmes, desejos cegos, orgulho e conceitos, tornamo-nos muito gratos por termos algo que possa conter tudo isto. O simples facto de olhar para o estado do nosso planeta Terra é uma grande reflexão acerca do resultado nocivo da falta de disciplina e da falta de contenção da nossa avareza, ódio e ilusão. Então para sermos capazes de conter a nossa energia dentro da estrutura de uma disciplina moral precisamos ser muito conscientes e cuidadosos porque a mais profunda tendência da nossa mente é a de se esquecer dela própria.

Esquecemo-nos de nós próprios e do objectivo último de nossas vidas e em vez disso enchemo-nos com coisas que não podem verdadeiramente satisfazer ou nutrir o nosso coração. A disciplina também requer humildade visto que enquanto somos imaturos e seguimos os nossos impulsos iremo-nos sentir reprimidos e inibidos por uma disciplina e, consequentemente, ao invés de essa disciplina ser uma fonte de liberdade iremo-nos sentir presos por ela.
Somos muito afortunados de ter a oportunidade de praticar e perceber que as nossas acções, as nossas palavras ou os nossos desejos não são em ultima instância aquilo que nós somos. Com o aprofundamento da nossa meditação, a qualidade da impermanência de todas as coisas torna-se mais clara. Tornamo-nos mais e mais conscientes da natureza transitória das nossas acções e das nossas palavras, e dos nossos sentimentos relacionados com estas. Começamos a tomar sentido daquilo que está sempre presente nas nossas experiências mas que não é tocado por estas. Esta qualidade de presença está sempre disponível e não é realmente afectada pelas nossas interacções sensoriais. Quando esta qualidade de atenção é cultivada e mantida, começamos a relacionarmo-nos melhor com a nossa energia, com os nossos sentidos de contacto e com o mundo sensorial. Descobrimos que a atenção consciente é na realidade uma forma de protecção. Sem ela estamos simplesmente à mercê dos nossos pensamentos ou dos nossos desejos e somos cegados por eles. Este refúgio na Plena Atenção e o cultivo da restrição protegem-nos de cairmos em dolorosos e infernais estados de mente. Outro aspecto de disciplina é o de ter sabedoria na atenção e no uso do mundo material. O nosso contacto imediato com o mundo físico é através do corpo. Quando aprendemos como cuidar do mundo físico estamos a procurar as raízes das nossas vidas. Nós fazemos o que é necessário para colocar o corpo e a mente em harmonia. Isto é o resultado natural da restrição. Aos poucos tornamo-nos como uma linda flor de lótus que representa a pureza e cresce para fora da água enquanto é nutrida através das suas raízes na lama. Deveis ter notado que o Buddha (§) é frequentemente retratado sentado numa flor de lótus o que simboliza a pureza do coração humano. A menos que criemos essa fundação de moralidade baseada no mundo da nossa vida do dia-a-dia, não podemos realmente realizar o nosso crescimento como a flor de lótus. Simplesmente murchamos. Na vida monástica, usar com sabedoria os quatro requisitos - roupa, comida, abrigo e medicamentos – consiste numa reflexão diária que é extremamente útil pois a mente tende para esquecer, fazer interpretações erradas ou tomar as coisas como garantidas. Estes quatro requisitos são uma parte essencial da nossa vida.

É um dever para nós, monásticos, cuidar dos nossos hábitos.
  (... continua) 
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