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A Civilização Moderna e o seu dilema Cultural e Religioso

de Pratap Chandra Chunder

em 26 Abr 2007

  (...anterior) Talvez haja também alguma unidade de crença básica, alguma fé, sobrenatural ou utópica que faça erguer a moralidade do calculismo para a devoção, e dê nobreza e significado pese embora a nossa brevidade mortal. E finalmente tem de haver alguma tolerância, alguma técnica mesmo que primitiva, para a transmissão das culturas» (ibid p.3).

A diversidade tem de ser respeitada
Assim a necessidade de unidade deve ser aceite mas tal não significa que a diversidade tem de desaparecer de todo. Os nossos antigos sábios queriam que respeitássemos a diversidade desde que não entrasse em conflito com as normas aceites de unidade. Em um dos Dharma Sūtras está escrito “Desajātī kuladharmas channair avirddh pramānam”. Por outras palavras, os costumes locais, os costumes tribais, os costumes familiares são aceitáveis desde que não se oponham aos sagrados textos dos Vedas. De acordo com este sábio, os Vedas estabeleciam unidade e outros costumes desde que não opostos à diversidade védica. Este era um método de abordagem exequível para situações contraditórias.

O poeta Rabindranath Tagore (§) também enfatizou a necessidade de unidade na civilização. No seu trabalho Samabāya escreveu, «O que é a civilização? Não é nada senão uma situação em que o homem cria uma esfera de acção com tal unidade que a força do indivíduo dá força a todos os homens e a força de todos os homens torna o indivíduo forte». Algures em Visvabhārati escreveu: «O verdadeiro significado da palavra civilização é a realização de si próprio na civilização, é sentir-se a si mesmo entre os outros. O significado de origem da palavra “Sabha” é de que onde houver brilho há luz. Isto é, a luz da manifestação do homem não se confina ao homem em si, mas fundir-se-á com todos os outros homens».
Nesta questão de unidade na civilização Swāmi Vivekānanda (§) foi mais além. Ele não se confinou à mescla de indivíduos, mas alargou se às raças. Escreveu, « Não existe um único momento em civilização alguma que seja espontâneo. Não houve uma única raça no mundo que se tivesse tornado civilizada a não ser que tivesse vindo outra raça civilizada e se misturasse com ela. A origem da civilização deve ter pertencido, por assim dizer, a uma ou duas raças que foram para fora espalhar as suas ideias, se misturaram com outras raças expandindo-se, assim, a civilização». (Obras Completas, vol.2, p. 28).
Concluindo esta discussão, há necessidade de unidade na civilização, mas que não se faça à custa da diversidade. De forma a serem bem sucedidas as pessoas terão de se tornar peritas no equilíbrio da unidade e da diversidade o que, não raro, as coloca perante um sério dilema.

Forças Contraditórias
Há outras forças contraditórias a trabalharem na civilização moderna (aliás em todas as civilizações) que criam constantemente situações difíceis. Posso mencionar algumas: 1) continuidade e mudança, 2) individualismo e centralismo, 3) conflitos entre o ter e o não-ter, e por fim 4) espiritualismo, materialismo e sensualismo. Cada uma destas forças rivais torna difícil a nossa escolha do caminho certo. Frequentemente temos de coordenar, comprometer e sintetizar estas tendências contraditórias. Vou seguir com alguns comentários sobre este tópico.
Em primeiro lugar, no que respeita a “continuidade e mudança”, parece que a humanidade geralmente se fixa no passado. Muito frequentemente, o que reina é a tradição. Embora haja protestos ocasionais, não há como se opôr totalmente ao passado. Tagore escreveu, «He atit tumi bhuvane bhuvane kāj kore jao gopane gopane “ – “ Oh passado, no mundo, vais actuando secretamente».
Por consequência coloca-se a questão, quão moderna é a civilização moderna? A resposta resume-se a isto: muito dela consiste no passado, muito dela é antiquada, e não muito é recente. Swāmi Vivekānanda disse uma vez que «noventa e nove por cento das pessoas são selvagens». Há alguma força que subjaz a esta afirmação.
  (... continua) 
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