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A Civilização Moderna e o seu dilema Cultural e Religioso

de Pratap Chandra Chunder

em 26 Abr 2007

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Os pares de forças conflituosas que acima descrevi criam escolhas difíceis afectando diferentes aspectos da vida humana incluindo cultura e religião, como veremos de seguida.

Um mundo muito estranho
Ao chegar à conclusão deste artigo lembrei-me da observação bem conhecida de Ādi Shakarāchārya «samsāroyam ativa vichitra», «muito estranho é o mundo».
A civilização moderna apresenta uma manta de retalhos de culturas que coexistem e se coordenam entre si, e por outro lado, também entram em conflito umas com as outras, enquanto ao mesmo tempo são feitos esforços por instituições internacionais, como a ONU e a sua subsidiária UNESCO, com o propósito de resolver os conflitos e concertar uma coexistência pacífica.
Deixem-me dar alguns exemplos. Pelo mundo fora existem centenas de milhares de sociedades aborígenes e grupos étnicos na Ásia, África, América e Oceânia. A Concise Encyclopaedia of Arts de Parnells diz-nos, «na vasta e selvagem Terra Arnhem, reserva no noroeste da Austrália, a vida continua como há centenas de anos atrás e os aborígenes conservam vivas as suas ideias tradicionais, leis e lendas, através de pinturas e desenhos. Os aborígenes pintam em qualquer superfície disponível, rochas, paredes de cabanas, nos seus próprios corpos e até no chão. A maior parte do seu trabalho perdeu-se rapidamente. As formas de vida moderna estão a agarrar os aborígenes gradualmente. Muitos dos seus filhos frequentam a escola e absorvem as culturas ocidentais tanto quanto, senão mais ainda, as suas próprias. Já existem aborígenes populares que pintam no estilo ocidental mais do que no estilo tradicional. O mesmo se aplica para os Adivasis na Índia, bem como para os Santal, Garos, Khasis, Nagas etc. Especialmente para os que foram treinados pelos Cristãos ou convertidos ao Cristianismo».

Por outro lado, fez-se por encontrar a cultura tribal. A mesma autoridade fala-nos de África dizendo que «ao princípio os missionários detestavam a Cultura Africana. Pensavam que muitas das esculturas eram ídolos para serem adorados pelas populações. O seu zêlo para aniquilar a adoração dos ídolos levou-os a destruir muitas esculturas, mas as suas acções basearam-se em mal-entendidos» (p. 84).
Semelhante destruição de cultura, à força, aconteceu em assuntos políticos, ideológicos e religiosos. Bem conhecidos são os exemplos da dizimação Nazi contra os Judeus e sua cultura; os assaltos comunistas à arte e cultura burguesa na base do realismo socialista. Mao Tse Tung afirmou em 1942: «No mundo actual toda a cultura, toda a literatura e toda a arte relacionam-se com a definição de classes e ajustam-se para definir linhas políticas. Na verdade, a arte pela arte é coisa que não existe, a arte acima das classes sociais, arte desligada ou independente das políticas». (Citações do Congressista Mao, p.256). Mas em 1959 tornou-se menos severo e afirmou, «Deixar florir centenas de flores em botão e uma centena de escolas de debate do pensamento é a política para promover as artes, a ciência e o florescimento da cultura socialista na nossa terra» (pp.256-259). Contudo, esta política liberal foi invertida durante o regime do “Grupo dos Quatro”.

Os países democráticos não ficam atrás no forçar da visão da classe dirigente nas actividades criativas. Há vários métodos de impôr censura na literatura, na dança, no teatro, na música e por aí fora, nas formas aparentes de blasfémia, pornografia, ou de actividade contra o estado. DH Lawrence, James Joyce, Henry Miller, George Bernard Shaw e muitos outros escritores sofreram nas mãos da censura. V F Calverton dá alguns exemplos de controlo frívolo. Ele escreveu, «É a mesma atitude burguesa que fez com que a atitude do Museu Britânico se tornasse tão ridícula.
  (... continua) 
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