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Sermão no carro de batalha
de K. Sundara Raman
em 28 Mai 2007
(...anterior) Kṛṣṇa diz:
patram pushpam phalam toyam «Quem me oferecer uma folha,
yo me bhaktyā prayacchati uma flôr, um fruto ou água, com devoção,
tadaham bhati upahritam essa oferta de amor, de pureza de coração,
ashnāmi prayatātmanah (IX.26) eu aceito».
O Senhor Kṛṣṇa aceitou uma mão cheia de arroz tostado de Sudāma, do seu amigo pobre e abençoou-o com riqueza abundante. O Senhor Rāma comeu os frutos de Shabari com imensa alegria. O caçador que se tornou o Santo Kannapar é um exemplo que ilustra bem a devoção amorosa à cabeça de Deus.
A Gītā defende (VI. 16-17) moderação, i.e., anulação dos extremos da vida. Nem a indulgência sensual hedonista, nem a mortificação ascética da carne são caminhos para a iluminação. Gautama, o Buddha (§), também aconselhou o “caminho do meio” tendo realizado por experiência própria a futilidade da observação dos extremos. Aristóteles chamou-lhe “o meio dourado”.
As pessoas vulgares seguem o padrão propostos pelos eleitos. São os criadores de caminhos. Eles apresentam os ideais à sociedade. Assim é sua incumbência viver uma vida impecável merecedora de concorrência do destino comum.
yadyad ācarati shreshthat
tat tat devetaro janah
sa yat pramānam kurute
lokastat anuvartate (III.21)
Em resumo, a Gītā quer que levemos uma vida de rectidão, virtuosa, baseada em valores e desperta, de forma a que essa vida em si se torne uma mensagem eloquente para a geração vindoura. Quando Mahātma Gandhi (§) foi entrevistado por um jornalista estrangeiro no dia anterior ao seu assassínio, sobre qual a sua mensagem para o mundo, Mahātma disse, “ A minha Vida é a minha mensagem”.
Tradução de Helena Gallis
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