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Textos Sagrados são os registos que evocam o divino. Neste espaço eles irão testemunhar a reverência espiritual da humanidade, porque asseguraram e continuarão a assegurar, a herança que dirige o rumo da contínua evolução dos seres. A Sabedoria perene e a força espiritual irradiam através dos tempos, sob a égide de Escrituras Sagradas.


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Bhagavad Gita (Gītā) - Canto XVIII

de Rājarāma Quelecar

em 25 Jun 2007

  Chegamos ao fim do dezoito capítulos da Bhagavad Gītā, esperando ter contribuido para a divulgação desta obra monumental, pertença milenária da tradição espiritual e filosófica da Índia, enriquecendo este portal e todos nós com a sua sabedoria.

Conclusão

I
Arjuna: - Desejo conhecer, oh Kṛṣṇa, o princípio essencial da renúncia e do ascetismo e a diferença entre os dois.

II
Śri Kṛṣṇa: - Os sábios chamaram ascetismo ao abandono das acções motivadas pelos desejos e denominaram renúncia ao abandono completo dos frutos das acções.

III
Declaram uns sábios que se deve renunciar a toda a acção por maléfica; dizem outros que nunca se deve renunciar a acções tais como o sacrifício, a caridade e a austeridade.

IV
Compreende, agora, oh Arjuna, o meu juízo sobre o assunto; a renúncia das acções tem também a sua tríade diferencial.

V
De forma alguma se deve renunciar às acções de sacrifício, de caridade e de austeridade; pelo contrário, é preciso praticá-las, porque são elas necessárias para tornar pura a razão do sábio.

VI
E essas acções de bem devem ser praticadas, oh Arjuna, com desinteresse, sem aspiração aos seus frutos. É esta a minha opinião definitiva.

VII
Em verdade, não convém renunciar às acções justamente prescritas; abandoná-las, por ignorância, é praticar a renúncia Tamásica.

VIII
O abandono da acção por ser penosa ou porque é um tormento para a carne, é considerado como a renúncia Rajásica; não tem ele o efeito da renúncia propriamente dito.

IX
Praticar as acções prescritas com desinteresse, sem desejos aos seus frutos, e considerá-las como o seu dever, é Sátvica essa renúncia.

X
O sábio que dissipou todas as suas dúvidas, pratica a renúncia à luz do seu pensamento Sátvico, não desdenhando a acção desagradável, nem se prendendo à acção agradável.

XI
Na verdade, não é possível ao homem abandonar completamente as acções. Abandonar o fruto da acção é praticar a renúncia.

XII
Há tríade de frutos da acção; agradável, desagradável e misto; e estes só a obtêm aqueles que são escravos dos seus desejos, e isso também noutro mundo; ficam isentos deles, aqueles que os renunciaram previamente.

XIII
Vou-te enumerar, oh Arjuna, as cinco causas da acção, segundo o Sāmkhya. Compreende tu que esses factores são necessários para realizar qualquer acção.

XIV
São os seguintes: o corpo, o agente, os diversos instrumentos, as variadas actividades e, enfim, o destino.

XV
Em qualquer acção empreendida pelo homem, seja corporal, seja mental ou da palavra, quer boa quer má, são cinco os elementos que entram na sua realização.

XVI
Mas o homem ignaro julga que o Eu é o autor da acção, e deste modo demonstra ele a sua ignorância, ou a fraqueza da inteligência, ou a cegueira mental.

XVII
Aquele que é isento do egoísmo e que tem a luz da razão perfeita, mesmo que extermine todos os eus semelhantes deste mundo, não é o autor do crime, porque transcendeu ele a natureza, diluiu o seu eu no Ser Supremo, e por isso não está ele sujeito aos vínculos da acção.

XVIII
O conhecimento, o cognoscível e o conhecedor, são três os factores que concorrem para o impulso à acção; do mesmo modo, o autor, os instrumentos e o acto constituem a acção total.

XIX
Há tríade, também, do conhecimento, da acção e do autor, segundo o Sāmkhya, em conformidade com as suas qualidades; compreende tu, oh Arjuna.

XX
O conhecimento pelo qual o homem vê um único Ser imperecível no “devenir” universal, um todo indivisível em toda a multiplicidade de seres, este é Sátvico.

XXI
O conhecimento pelo qual se vê toda a multiplicidade como existências distintas e de vários aspectos, este conhecimento é Rajásico.

XXII
O conhecimento pelo qual o homem vê as coisas de uma maneira estreita, sem nada compreender da natureza real do mundo, relacionando tudo à sua parte material em que convergem todas as suas actividades, é chamado Tamásico.

XXIII
A acção é chamada Sátvica quando ela é justamente regulada, realizada com desinteresse, sem atracção nem repulsão e sem aspirar aos seus frutos.
  (... continua) 
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