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324 Dias na Índia

de Rui Pereira

em 28 Dez 2007

  (...anterior) Monika continuava viagem, eu ficava mais um dia. A próxima paragem seria Rishikesh.
Estas partilhas trouxeram sempre algumas questões curiosas: Por exemplo, até que ponto eu absorvo do outro e até que ponto o outro absorve de mim? Quando digo isto, refiro-me especificamente ao facto de após o segundo Vipassanā, já fazia dois meses que não fumava, o que voltou a acontecer na presença de Monika. Ela curiosamente após esta partilha, deixa de fumar.
Cheguei a Rishikesh, carregando as minhas mochilas, que de cada vez que as transportava inevitavelmente me faziam reflectir sobre a questão do desapego, neste caso especial; “das tralhas materiais”. Muitos livros eu levei com a justificação de que sendo uma estadia de um ano tinha muito tempo para ler e estudar... Não podia estar mais errado! Um bom guia de viagem e um bom livro... entre algumas notas parece ser mais do que suficiente. Até umas imensas botas tinha levado a pensar nos Himālayas (§), que por falta de espaço iam penduradas fora da mochila. Na primeira oportunidade enviei mais de 6 quilos para Portugal, entre botas, livros e outras coisas. A situação parecia realmente séria; sonhara com pesadas mochilas que me limitavam os movimentos...

Passo por uma ponte pedestre, o famoso Ganges que ali desliza abrandando a velocidade do seu curso, como que a dizer que as montanhas ficaram atrás abrindo-se a planície a jusante. Conhecida também como “A Porta dos Himālayas”, Rishikesh, quer pelas características geográficas, quer pela importância religiosa, continua a vibrar forças que parecem vir de um passado distante, fazendo-se sentir no presente, sendo um ponto sempre ligado à espiritualidade. Parece ser aqui, que muitos encontram respostas para os seus anseios que se apaziguam nestas águas refrescantes do Ganges. Diga-se que o Ganges é venerado e considerado sagrado não como aspecto masculino, mas sim no seu aspecto feminino: a Mãe (§) Ganges.
Entre āśrams, hotéis, restaurantes templos, lojinhas, espaços de massagem Ayurvédica, Reiki, Yoga (§)... tudo coabita num estilo bem característico da Índia; onde não faltam os muitos vendedores de rua e os macacos...
Depois de dois ou três dias num simples hotel, mudo-me para o Sri Ved Niketan Āśram, que atraía não só pelos preços e localização, mas especialmente, pelos ensinamentos de Swāmiji Dharmānanda. O Āśram era tranquilo, frequentado maioritariamente por Ocidentais. A grande motivação destas pessoas era o Yoga. Os ensinamentos teóricos, com uma forte componente prática, fora a grande mais valia adquirida no próprio Ashram. Swāmiji da ordem dos Swāmis, veste o traje laranja que passou a usar após fazer carreira no exército Indiano. Seus ensinamentos baseiam-se nos ensinamentos dos ancestrais grandes livros, salientando-se o Bhagavad Gītā (§) com o seu amado Kṛṣṇa; tem em especial os ensinamentos de Yogānanda (§), Rāmakrishna (§), Babaji... mas também os mestres de outras religiões como Jesus, Buddha (§), Guru Nānak (fundador da religião Shik)... entre outros. No altar que tinha na sala havia uma foto ou quadro de todos eles onde a energia feminina aparecia representada por Durga, Kālī, Sarasvatī, Sitā... Ao nível mais humano destacava muitas vezes Madre Teresa ou Ammāji.
Infelizmente não sendo aqui possível partilhar todos os ensinamentos dados por Dharmānanda e tudo o que ali vivi, partilharei contudo algumas ideias que me parecem mais inspiradoras ou esclarecedoras sobre determinados aspectos, pelo menos na minha perspectiva.

Veicular estas ideias tem o único objectivo de alargar o espaço de reflexão das nossas mentes. Não tenho qualquer pretensão de criar qualquer atrito desnecessário com outras formas de pensar. Se eventualmente tal acontecer, apresento desde já o meu pedido de desculpas, pois essa não é de forma alguma a minha intenção.
  (... continua) 


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