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Mosteiro Budista
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324 Dias na Índia

de Rui Pereira

em 28 Dez 2007

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Depois, sou convidado a ir à biblioteca Islâmica conduzido numa moto pelas ruelas de Chennai. Após uma conversa interessante ofereceram-me alguns livros, incluindo o próprio Alcorão. Acabou por ser pedagogicamente interessante diminuindo, pelo menos um pouco, o meu desconhecimento desta religião, o que agradeci.
A próxima paragem foi em Andhra Pradesh, onde o objectivo era fazer uma breve visita ao local mais antigo relacionado com o Budismo, no Sul da Índia; a Stūpa de Amarāvatī. O que se vê actualmente desta Stūpa não é realmente o mais atraente; o que resta é só a base e um reduzido número de pedras. O restante edifício está espalhado pelos vários museus do mundo! Amarāvatī significa “terra sem morte”. Talvez isto ajude a perceber porque, ainda hoje, este local continua a ser visitado, apesar da simplicidade. O próprio Dalai Lama (§) ali havia estado, com Budistas Tibetanos em retiro, vendo visíveis ainda, os muitos panos de orações estendidos em toda a área envolvente, o que criava um ambiente de celebração e religiosidade.
Visitei um templo dedicado a Durga. Durante os habituais pujas individuais realizados pelos pujaris, é normal fazer-se uma oferta à Divindade, que podem ser frutos, velas, dinheiro... Já em ocasiões anteriores, estas intenções que pareciam ter um objectivo mais comercial do que espiritual, tinham-me levado a evitar estes pujas. Aqui a situação agravou-se quando, com um ar sério, me disseram que aceitavam dólares! Se já estava de reserva pior fiquei, perdendo assim a vontade de voltar a pôr os pés num Templo Hindu. Contudo, esta mesma situação ajudou-me a reflectir um pouco; se vou a um templo para sair de lá irritado, certamente mais vale não ir! Mas vou eu deixar de ir por causa da estupidez de alguns seres? E não estaria eu a deixar-me afectar por essa mesma estupidez esquecendo a motivação que ali me levara?

O estado seguinte foi Orissa, vindo a ficar em Puri, conhecida pelo famoso templo de Jagannath (“Senhor do Universo”) que infelizmente, só permite a entrada de Hindus. Não muito longe fica um outro, não menos famoso: o templo de Konarak (foto), onde as marcas do tempo se fazem sentir... Este Templo tem particularidades únicas, que só se voltam a repetir no Templo de Khajuraho, em Madhya Pradesh. A sexualidade é usada como motivo decorativo de um templo! Algo que por certo, não passaria pela cabeça de um Ocidental! O primeiro contacto pode trazer-nos certo tipo de questões, que normalmente, poderão correr o risco de ficar na superficialidade e com facilidade esquecidas nos ventos agitados das nossas vidas... Não estariam estes construtores a querer fazer-nos reflectir, um pouco mais profundamente, acerca desta relação entre a Sexualidade e a Espiritualidade? Único.
Ainda em Orissa foi possível visitar Dhauli, que apesar da simplicidade do local foi profundamente simbólica. Foi aqui que há cerca de 2300 anos houve uma das maiores batalhas na história da Índia. Aśoka (§), o imperador que então governava, pretende anexar Kalinga (hoje Orissa). Ao ver os horrores e profundos sofrimentos causados pela guerra, ficou profundamente angustiado com o que tinha causado. A partir deste episódio abandona a conquista militar para se dedicar à conquista espiritual. Adoptando o Budismo como religião oficial, cria as condições para que de uma religião local, esta passe a ter, uma expressão universal, sem que com isso deixasse de haver liberdade religiosa. Os próprios filhos foram embaixadores deste espírito de paz e conhecimento, acompanhados de milhares de monges que viajaram pelos mais diversos países.
Durante o “Holi”, também conhecido como a “festa das cores”, que celebra o início da Primavera, fiz questão de estar no meio dos Indianos. Vêm para as ruas com tintas de cores alegres, pintando-se mutuamente, terminando a celebração com milhares de pessoas, que se juntam na praia para o banho. Escusado será dizer que também eu fiquei com a cara toda pintada.
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