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As Quatro Nobres Verdades

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2008

  (...anterior) Lembro-me de pensar, ainda criança, “Acho que não pertenço a este lugar”. Nunca senti que o planeta Terra fosse o lugar ao qual realmente pertencesse, mesmo antes de ser monge nunca senti que me integrasse na sociedade. Para algumas pessoas isso poderia ser apenas um problema neurótico, mas talvez pudesse ser aquele tipo de intuição que as crianças geralmente têm. Quando se é inocente, a mente é bastante intuitiva. A mente de uma criança está mais intuitivamente em contacto com forças misteriosas do que a mente da maior parte dos adultos. À medida que crescemos, somos condicionados a pensar de formas pré-determinadas e a ter ideias bem definidas daquilo que é real e daquilo que não é. À medida que desenvolvemos os nossos egos, a sociedade dita aquilo que é verdadeiro e o que não é, o que está certo e o que está errado, e assim começamos a interpretar o mundo através dessas percepções fixas. Uma das coisas que achamos encantador nas crianças é o facto de elas ainda não o fazerem; elas ainda vêm o mundo com a mente intuitiva que ainda não está condicionada.
A meditação é uma forma de descondicionar a mente, que nos ajuda a abrir mão de todas as opiniões extremas e ideias fixas que possuímos. Normalmente aquilo que é real é posto de parte ao passo que aquilo que não é real prende a nossa atenção. Ignorância, ou avijjā, é isso mesmo.
A contemplação da nossa aspiração humana liga-nos a algo mais elevado do que somente ao reino animal ou ao planeta Terra. Para mim essa ligação parece ser mais verdadeira do que a ideia de que isto é tudo o que existe; de que quando morremos os nossos corpos apodrecem e nada mais existe. Quando ponderamos e questionamos acerca do universo em que vivemos, percebemos que é muito vasto, misterioso e incompreensível. No entanto, quando confiamos abertamente na nossa mente intuitiva e abdicamos das nossas reacções fixas e condicionadas, podemos tornar-nos mais receptivos a coisas que talvez já tenhamos esquecido ou para as quais nunca nos abrimos antes.
Podemos ter a ideia fixa de que somos uma personalidade, de sermos um homem ou uma mulher, sermos portugueses, ingleses ou americanos. Tudo isto pode ser bem verdadeiro para nós, e podemos transtornar-nos e zangar-nos por causa delas. Até estamos dispostos a matar-nos uns aos outros por causa destas opiniões condicionadas em que acreditamos e às quais nos apegamos sem nunca sequer as questionarmos. Sem Aspiração Correcta e Entendimento Correcto, sem paññā, nunca conseguiremos ver a verdadeira natureza destas opiniões.

Linguagem Correcta, Acção correcta e Meio de Vida Correcto

Sīla, o aspecto moral do Caminho Óctuplo, consiste em Linguagem Correcta, Acção Correcta e Meio de Vida Correcto, isto significa assumir responsabilidade pela forma como falamos e termos cuidado com aquilo que fazemos com os nossos corpos. Quando estou plenamente atento, falo de forma apropriada ao lugar e ao momento; da mesma maneira, actuo ou trabalho de acordo com o momento e o lugar.
Começamos então a compreender que temos de ter cuidado com aquilo que dizemos e fazemos senão magoamo-nos constantemente. Tudo o que se diz ou faz de forma cruel ou injusta, acaba sempre por se receber o resultado dessas acções. No passado até podem ter evitado a responsabilidade da mentira, com distracções, para assim não terem de pensar muito em tal. Por uns tempos podem esquecer tudo isso, até que eventualmente a mentira vos apanhe, mas se praticarem sīla, tudo é mais imediato. Até quando exagero, algo em mim diz, “Não deves exagerar, deves ter mais cuidado”. Eu tinha o hábito de exagerar as coisas, é parte da nossa cultura, algo perfeitamente normal. Mas quando se está plenamente consciente, o efeito da mais pequena mentira é sentido de imediato, porque se está mais aberto, vulnerável e sensível. Assim tenham mais cuidado com aquilo que fazem, percebam que é importante ser responsável pelos vossos actos.
O impulso para ajudar os outros é uma forma hábil de Dhamma*.
  (... continua) 


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