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As Quatro Nobres Verdades

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2008

  (...anterior) As pessoas que dedicaram a vida somente ao refinamento e ao requinte acham a vida terrivelmente frustrante e assustadora quando deixam de poder manter padrões tão elevados.

Racionalidade e emoção

Se admiram o pensamento racional e se são apegados a ideias e percepções, há a tendência para desprezar as emoções. Podem observar esta tendência, sempre que ao começarem a sentir emoções disserem, “Vou apagá-las da mente. Não quero sentir essas coisas”. Vocês sabem que se não sentirem nada poderão entrar numa elevada vibração, causada pela pureza da inteligência e pelo prazer do pensamento racional. A mente aprecia a sua forma lógica e controlada, a forma como consegue fazer sentido. É simplesmente límpida, organizada e precisa como a matemática, mas as emoções estão sempre todas dispersas e confusas, não estão? Não são precisas, não são organizadas e pode-se facilmente perder o controlo.
Deste modo, a natureza emocional é frequentemente desprezada. Temos medo dela. Por exemplo, nós homens frequentemente manifestamos medo das emoções porque ao crescermos o que nos ensinam e que somos levados a acreditar, é que os homens não choram. Em criança, pelo menos na minha geração, ensinavam-nos que os meninos não choram e assim tentávamos viver de acordo com os padrões daquilo que os meninos deveriam ser. Diziam-nos, “Tu és um homem”, e assim tentávamos ser aquilo que os nossos pais nos diziam que deveríamos ser. As ideias da sociedade afectam as nossas mentes e, por causa disso, consideramos as emoções embaraçosas. Em Inglaterra, as pessoas geralmente acham as emoções embaraçosas; se alguém fica um pouco mais emocionado, assume-se que deve ser italiano ou de qualquer outra nacionalidade.
Se se é muito racional e se tem tudo bem delineado, fica-se sem saber o que fazer quando as pessoas se emocionam. Se alguém começa a chorar, pensa-se, “O que é que devo fazer?”. Talvez se diga, “Anima-te! Está tudo bem, querida. Vai ficar tudo bem, não há motivo para chorar”. Se alguém é muito apegado ao pensamento racional tem a tendência de, com a lógica, ignorar as emoções; mas as emoções não respondem à lógica, muitas vezes reagem, mas não respondem. Emoção é uma coisa muita sensível e opera de uma forma que por vezes não compreendemos. Se nunca tentámos compreender o que realmente significa sentir a vida, e contudo, se nos permitirmos ser sensíveis, as coisas emocionais parecem-nos muito assustadoras e embaraçosas. Não percebemos de que se tratam, pois rejeitamos esse aspecto de nós mesmos.
No meu trigésimo aniversário, compreendi que era um homem emocionalmente subdesenvolvido. Foi um aniversário importante para mim, compreendi que era um homem feito e maduro. Já não me considerava um jovem, mas emocionalmente penso que por vezes reagia como se tivesse seis anos de idade; a esse nível não me tinha desenvolvido muito. Ainda que conseguisse manter a pose e a presença de um homem maduro na sociedade, nem sempre me sentia dessa forma. Ainda havia na minha mente sentimentos e medos muito fortes por resolver. Pareceu-me que teria de fazer algo, pois a ideia de ter de passar o resto da minha vida ao nível emocional de seis anos era uma triste perspectiva.
É aqui que muitos de nós nesta nossa sociedade ficam encalhados. Por exemplo, a sociedade americana não permite que nos desenvolvamos emocionalmente, que amadureçamos. Não compreende mesmo essa necessidade e por esse motivo não fornece quaisquer rituais de passagem para os homens. A sociedade não fornece esse tipo de introdução ao mundo da maturidade; deve-se ser imaturo para toda a vida. Deve-se agir com maturidade, mas ninguém espera que sejamos maduros.
Por essa razão muito poucas pessoas o são. Na realidade, as emoções não são compreendidas ou resolvidas, as tendências infantis são meramente suprimidas em vez de melhoradas.
O que a meditação faz é oferecer uma oportunidade de amadurecimento no plano emocional. Perfeita maturidade emocional seria sammā vāyāma, sammā sati e sammā samādhi. Isto serve para reflexão; não encontrarão isto em nenhum livro, é para contemplarem.
  (... continua) 


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