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As Quatro Nobres Verdades

de Ajahn Sumedho

em 26 Jun 2008

  (...anterior) Cada uma destas Verdades é constituída por três fases, perfazendo assim um total de doze revelações. Na escola Theravada, o “arahant”, o purificado, é alguém que claramente assimilou as Quatro Nobres Verdades com as suas três fases e doze revelações. “Arahant” significa um ser humano que compreende verdadeiramente o ensinamento das Quatro Nobres Verdades.
Na Primeira Nobre Verdade, “Existe sofrimento” é a primeira revelação. Qual é o significado dessa revelação? Não necessitamos de vê-lo como algo grandioso, trata-se apenas de reconhecer que “Existe sofrimento”. Esta é uma revelação básica. A pessoa ignorante diz, «Estou a sofrer. Não quero sofrer. Eu medito e vou a retiros para deixar de sofrer, mas continuo a sofrer e não quero mais... Como é que posso sair deste sofrimento? O que é que posso fazer para me ver livre dele?». Mas isto não é a primeira Nobre Verdade pois esta não se trata de “Existe sofrimento e eu quero pôr-lhe fim”. A revelação é “Existe sofrimento”.
Assim, há que observar a dor e angústia que se sente, não do ponto de vista de “Isto é meu”, mas como uma reflexão: “Existe este sofrimento, este dukkha”. Tal vem a partir da posição reflectiva de “Buddha (§) observando o Dhamma”. A revelação é simplesmente o reconhecimento, de que o sofrimento existe sem se tornar pessoal. Esse reconhecimento é uma revelação importante; simplesmente observar a angústia da mente ou da dor física e, vê-las como dukkha em vez de infortúnio pessoal, não reagindo às mesmas da forma habitual.
A segunda revelação da primeira Nobre Verdade é: “O sofrimento deve ser compreendido”. A segunda revelação ou, aspecto de cada uma das Nobres Verdades, contém nela a palavra “deve”: “Deve ser compreendido”. Assim a segunda revelação diz-nos que dukkha é algo para ser compreendido. Antes de nos querermos livrar de dukkha, devemos compreendê-lo.
Apesar de “compreender” ser uma palavra bastante vulgar, em Pāli significa aceitar verdadeiramente o sofrimento, acolhê-lo em vez de reagir. Com qualquer forma de sofrimento, quer seja físico ou mental, geralmente só reagimos; mas com compreensão podemos realmente observar o sofrimento, aceitá-lo e abraçá-lo verdadeiramente. “Devemos compreender o sofrimento” é então a segunda revelação da Primeira Nobre Verdade.
A terceira revelação da Primeira Nobre Verdade é: “O sofrimento foi compreendido”. Quando realmente se vive o sofrimento, observando-o, aceitando-o, percebendo-o e deixando-o ser da forma que é, temos então, a terceira revelação: “O sofrimento foi compreendido” ou “Dukkha foi compreendido”. Assim, estas são os três aspectos da Primeira Nobre Verdade: “Existe dukkha” “Deve ser compreendido” e “Foi compreendido”.

◊ ◊ ◊

Este é o padrão para as três fases de cada Nobre Verdade. Primeiro temos a declaração, depois a receita e por fim o resultado da prática. Podemos também defini-lo em termos do seu significado em Pāli, pariyatti, patipatti e pativedha. Pariyatti é a teoria ou declaração. Existe sofrimento”. Patipatti é a prática, mais propriamente praticar com a declaração e pativedha é o resultado da prática. Isto é o que chamamos de padrão de reflexão, uma vez que conduz ao desenvolvimento da mente de uma forma mais profunda. A mente búdica é uma mente reflexiva que conhece as coisas como elas realmente são.
Usamos estas Quatro Nobres Verdades para o nosso desenvolvimento. Aplicámo-las a coisas comuns na nossa vida, aos mais vulgares apegos e obsessões da mente. Com estas verdades podemos investigar os nossos apegos e obsessões para obtermos as revelações. Através da Terceira Nobre Verdade, podemos realizar a cessação, o fim do sofrimento e praticar o Caminho Óctuplo, até obtermos entendimento. Quando o Caminho Óctuplo tiver sido plenamente desenvolvido somos um arahant – tarefa cumprida. Embora isto possa parecer complicado – quatro verdades, três fases e doze revelações – é bastante simples.
  (... continua) 


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