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A criatividade representa a face nobre do homem, quer seja de uma forma concreta, material, quer subjectiva, subtil através do seu Pensamento. Qualquer forma criativa é arte, e arte é religar a ponte entre a matéria e o Espírito, entre o homem e Deus, podendo a inspiração levar a horizontes cada vez mais alargados, tocando o Infinito…

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Mandalas (Maṇḍalas)

de Pedro Teixeira da Mota

em 14 Jul 2010

  Maṇḍala significa círculo, redondo, disco, orbe, em sânscrito, uma das línguas mais primordiais dos povos indo-europeus e que se desenvolveu sobretudo no que é hoje a Índia. A palavra, do género masculino, provém de um tema verbal traduzível pelos sentidos de adornar, decorar, alegrar-se, glorificar ou clarificar. E com estes verbos poderemos compreender mais facilmente os maṇḍalas: ornamentações, desenhos, feitos na base de círculos, com o seu centro, ou eixo central, e que tanto são meios de nos centralizarmos e clarificarmos as dimensões interiores nossas, em sintonia com o universo ou Deus, como também de harmonizarmos, embelezarmos ou mesmo alegrarmos o ambiente.

Buddha AvalokiteśvaraCor - ações - Universais

Os maṇḍalas mais conhecidos são os utilizados no Hinduísmo e no Budismo e encontramo-los em quase todos os templos (em geral já construídos de acordo com as orientações e formas que estão na base delas) servindo não só para ornar ou decorar mas sobretudo para transmitir ensinamentos e para serem contemplados e meditados. Ou seja, diante de um maṇḍala vamos tentar acolher e sentir os efeitos ou as mensagens transmitidas pelas intenções dos artistas e pelas formas geométricas e coloridas (que podem conter ainda representações dos mestres e deidades, seres realizados e representativos de certas qualidades a que aspiramos ou que são consideradas fundamentais no desenvolvimento humano), de modo a que o mais possível da nossa alma possa assimilá-los, ao penetrarem bem nos nossos sentidos e ressoando ou imprimindo-se nos neurónios cerebrais.

Na verdade, um dos significados de maṇḍala, da raiz manda, é também o de essência, e então dir-se-á que um dos objectivos dos maṇḍalas é levar-nos, através dos desenhos e imagens, para além dos estados dispersos das emoções e do pensamento, fazendo-nos entrar em estados de consciência mais pacificados, concentrados ou alargados, ou nas dimensões mais subtis ou essenciais do nosso ser, do universo, do espírito, neste infinito em que temos o nosso ser...

Em geral são sem palavras, mas também os há com elas, já que o alfabeto e os sons são veículos poderosos para alteração das vibrações e dos estados de consciência, e portanto de sacralização, que quer dizer harmonização e plenificação.
Alguns mestres orientais consideram os maṇḍalas, pelo seu impacto visual e directo, como das melhores formas de transmissão dos ensinamentos espirituais, nomeadamente os que contribuem para a compreensão libertadora, a chamada “iluminação”. Ou afirmarem mesmo representar qualquer maṇḍala uma iluminação nossa em relação ao Um Omnipresente, o unificador e harmonizador de tudo e de nós todos.

Encontramos porém em todos os povos esta arte sagrada: em certos casos terá começado a ser desenhada no chão ou na areia, ora como labirintos ora como quaternários, triângulos e círculos, mais tarde sobre pedras ou paredes, papiros, tecidos e papel, ou então erguida com paus ou com pedras, como vemos ainda hoje em alguns alinhamentos megalíticos ou templos primitivos.
Poderá ter nascido de sonhos, ou de visões interiores nos quais as estruturas e significados do universo, exterior ou interior, se revelaram, tornando-se depois métodos de apaziguamento, centralização psíquica, invocação divina, ou também mapas para indicarem os caminhos para a realização ou para o centro harmonizador, clarificador, libertador.

No Egipto (§) vemo-los não só na escrita hieroglífica como sobretudo nas múmias e nas pinturas que nelas se faziam, seja na madeira, seja nos tecidos, seja em pequenos objectos ou amuletos protectores.
No Cristianismo, encontramo-lo em inúmeras formas, e em especial no uso da cruz (§), pintada, construída ou tecida, e que invoca e evoca, no encontro central dos quatros elementos e quatro direcções do espaço, o Divino, o Amor irradiante e redentor, o Espírito quintessencial; mas também surgem em outras formas na arte românica, tal como os Cristos em glória dentro da amêndoa mística (a mandorla), ou flanqueados pelos quatro evangelistas e seus símbolos. Ou, copiando a tradição greco-romana da harmonia das esferas do mundo, surgem os traçados dos vários círculos ou orbes planetários até se chegar ao mundo cristalino e divino. Mais em contacto com o corpo, encontramos os paramentos utilizados pelos sacerdotes, seja nas suas vestes e altares, com os seus símbolos e maṇḍalas, quer mesmo os que os fiéis bordavam nos seus lenços e roupas ou estilizavam em jóias e amuletos.
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