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Modo de Orar a Deus

de Erasmo

em 20 Jan 2009

  (...anterior) João III em Setembro de 1527, dizendo que se «deram a visitar os
outros livros a saber anotações, enchiridion, de modo orandi» e que se preparam para o condenar e que não sairá vencedor: «será melhor que não escrevera em outra coisa senão em histórias e crónicas de príncipes»... Em França, morto já Erasmo, nos primeiros catálogos de livros proibidos pela Sorbonne, de 1543, 1544 e 1551, estava incluído o piedoso Modus orandi Deum. Mas em 1547, no primeiro rol português dos livros defesos ou proibidos, reproduzindo o que a Universidade de Lovaina acabara de fazer (no ano em que, ao contrário, na Inglaterra as Paráfrases aos Evangelhos se tornavam obrigatórias, com a Bíblia, para todos os sacerdotes e paróquias), só eram indicados o Elogio da Loucura, o Modo de confessar e os Colóquios, tendo estes até sido publicados, em 1546, com as aprovações de vários professores e teólogos da universidade conimbricense, numa edição escolar (de que se conhecem hoje só dois exemplares) da autoria do erasmiano Juan Fernandez, professor de retórica na mesma Universidade, que a realizara com suma mestria ao conciliar cortes de censura, explicações amenizadoras e a tradução integral de vários colóquios, com as ideias e críticas de Erasmo, então já considerado autor perigoso e danado.

Todavia, em 1557, no segundo rol, entre as treze obras de Erasmo visadas (de novo baseado no de Lovaina mas com acrescentos portugueses), já aparecia o Modus orandi Deum, em latim e em vulgar, pois em 1546, na tipografia sevilhana de Andrés de Burgos, saíra o Tratado de la oracion y forma que todo christiano deve seguir, e que, dentro da permeabilidade do bilinguismo da época, terá circulado nos meios piedosos e cultos portugueses, justificando-se assim a sua drástica quão absurda proibição portuguesa. E no Index auctorum dannatae, impresso em Lisboa em 1624, condenam-se oito partes, algumas extensas, do Modus orandi Deum, segundo a versão inserida na Opera Omnia de 1540.

Passados quinhentos anos, certamente não há razões para proibições, antes pelo contrário, o valor religioso e cristão, para além de pedagógico, científico e espiritual de Erasmo, está mais do que reconhecido e, esta obra, na sua piedade (no sentido até greco-latino, onde significava o estar em boa relação com o divino) e simplicidade (mas também profundidade para quem a sondar e viver), em verdade entusiasma a alma e estimula à oração contínua, ao melhor conhecimento das letras divinas, bem como à fraternidade, ao amor e ao aprofundamento da oração, através mesmo dos santos e dos anjos (§), capazes de induzirem a consciencialização do espírito, a quietude contemplativa e a unificação íntima com Deus. Que ela seja acolhido por corações jubilosos por poderem beber na Fonte Divina, a que estas páginas tanto sabem e conduzem!

E se sentirmos alguma vez a expressão intercessora «Magister Erasme,
ora pro nobis, sive in nobis», Mestre Erasmo, ora por nós, ou em nós, ou
connosco, ela será a expressão do reconhecimento de um dos seres
humanos que mais conheceu, se aproximou e transmitiu o ensinamento e o espírito de Jesus, e do Logos.

Tradução anotada
Álvaro Pereira Mendes e Pedro Teixeira da Mota

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