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O Ensinamento do Buddha

de Edmond Székeley

em 31 Jan 2009

  (...anterior) Se enganamos alguém, enganamo-nos a nós próprios; se roubamos alguém, roubamo-nos a nós próprios. Pois que a ilusão de que somos algo à parte e diferente do resto do universo é um grande erro. Assim, a moral prática do Budismo é uma verdade muito superior. Nem o Buddha (§) nem os seus discípulos alguma vez mataram algum animal. As suas vidas eram completamente naturais e simples; eles comiam uma vez por dia e coisas muito simples; era até proibido comer a qualquer outra hora do dia. Era até proibido dormir numa cama mole. Porquê?

Segundo o Buddha, assim como uma chama toma posse da erva seca, assim também a sede pelos prazeres da vida toma posse de nós, acorrenta-nos e escraviza-nos na constante circulação em mutação de todas as coisas. Prāṇa e Apāṇa, olhos, ouvidos, boca, nariz, pele, e mente; estes são o corpo. Isto gera contacto com o mundo exterior, com influências em mutação, com cores, com gostos, com formas, com sons; apreende o que nós chamamos os prazeres da vida; cria geração; geração cria nascimento, e nascimento cria doença, velhice, morte, sofrimento e miséria. Então é necessário, libertarmo-nos desta constante circulação de coisas que começa com a ignorância, que continua com tendências, que continua com pensamentos, que continua com nome e corpo, com forma individual e vida, que continua com os vários sentidos, órgãos e influências, que continua com a sede pela vida, que nos conduz à geração, que nos conduz ao nascimento, que nos conduz à velhice, à morte, à miséria e ao sofrimento. É como um fogo permanente que constantemente recebe novo combustível e que continua incessantemente. E o Buddha mostra-nos o caminho que nos afasta disso, que nos conduz para fora desta constante circulação. Este é o caminho da cessação do sofrimento. Nós devemos apagar a sede pelos prazeres da vida, e então não haverá nenhuma geração do indivíduo e nenhum novo nascimento, e nenhuma nova morte, sofrimento ou miséria.

Os discípulos do Buddha perguntaram-lhe: “O que é que nos dás em troca dos prazeres da vida, quando nos dizes que devemos apagar a sede?” E então o Buddha respondeu com a descrição do Nirvana. Os seus discípulos desejavam ouvir que o Nirvana era um tipo de paraíso onde prazeres eternos e constantes os esperavam, mas o Buddha respondeu-lhes com uma parábola. Ele não se preocupou com pensamentos metafísicos e censurou a especulação metafísica. Ele sempre se focou na principal e singular realidade – o sofrimento. Toda a sua concepção foi senão uma grande cruzada contra o sofrimento, para que o sofrimento terminasse. Quando lhe foi perguntado acerca do propósito e fim da existência e da origem da existência, ele respondeu com uma parábola. “Um homem,” disse ele, “caminhava na floresta e foi ferido por uma flecha envenenada. Em vez de tirar a flecha do corpo, de forma a evitar que o veneno lhe chega-se ao coração e o matasse, começou a pensar sobre quem teria lançado a flecha, quem seria seu pai, e quem seria o seu avô. E enquanto ponderava estas coisas, o veneno chegou-lhe ao coração e morreu.” Isto é especulação estéril e metafísica. O mais urgente é vermo-nos livres do sofrimento. Se nós já parámos o sofrimento, então teremos tempo e podemos então resolver os problemas metafísicos que restam. Noutra parábola ele disse: “Está uma casa em chamas e um homem a dormir na casa, e alguém vem e acorda-o dizendo, ‘Levanta-te e corre, pois a casa está em chamas e o telhado vai cair a qualquer momento.’ Então o homem lá dentro, em vez de fugir da casa, responde-lhe dizendo, ‘Por favor vê se não está a chover lá fora, diz-me se o ar não está frio,’ em vez de se salvar a si próprio.” Este é o homem que constantemente especula sobre problemas metafísicos em vez de se salvar a si próprio da casa em chamas.
Tudo está em chamas, na chama da violência, na chama do egoísmo, na chama da guerra e do ódio. Nós temos que nos salvar do fogo. Isto é o mais urgente. Tudo o resto é secundário.
  (... continua) 
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