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A Beleza do Divino

de Benoy K. Behl

em 20 Jun 2010

  (...anterior) Essa arte representava as divindades, as criaturas míticas, os animais, as plantas, as árvores e formas que combinavam isso tudo com grande harmonia, para além dos homens e mulheres do povo. Todavia nunca representou os reis que patrocinavam essa arte. Nem se mencionavam os nomes dos artistas. Segundo o antigo tratado sobre a produção de arte, o Chitrasūtra, os dignitários não eram suficientemente importantes para serem representados na arte. O propósito da arte é nobre: para mostrar o eterno que está para além do efémero.
Assim, as obras de arte deviam transmitir a Verdade, mais uma vez a verdade da experiência do artista. Nenhum artista ou pensador afirmava que era o único a ver a verdade. Cada mestre do antigo período da história indiana afirma que apenas está a seguir nas pegadas dos outros que o antecederam. Houve uma ênfase no acto de perder o ego e não perpetuar o ego e a arte era um veículo principal para comunicar essas ideias.
A arte muitas vezes usa as imagens da vida material. Alcançar o conhecimento é considerado igual a alcançar a vitória. Vimos as imagens de divindades a esmagar os demónios da ignorância com os seus pés. Todavia, os demónios sorriem enquanto estão a ser vencidos. Neste mundo, onde todas as coisas são vistas como um todo cósmico, no fim, não há angústia. A arte reflecte a riqueza e a complexidade da experiência da vida. Não nega a nossa percepção do mundo material. As percepções nas nossas mentes e os sentidos do eterno e do efémero são descritos como uma “lila”, uma peça dramática e dinâmica. Na procura da verdade, é impossível evitar a experiência dessa “lila” e não há nenhuma tentativa de negar essa realidade.
Uma das maiores contribuições desse fluxo filosófico é que não há contradições entre o mundo espiritual e o mundo dos sentidos. Essa filosofia não procura negar-nos a nossa reacção à beleza que percebemos no mundo, incluindo as formas humanas ao nosso redor. Aliás, vê essa beleza como um reflexo da glória do divino. A beleza da forma humana, que está sempre presente na nossa vida, não era apresentada de maneira a suscitar os desejos básicos e a cansar o espectador com esse fardo. Essa arte vê a graça em todas as formas, tanto humanas como as outras, como uma ajuda para o despertar de um entendimento feliz dentro de nós. Procura elevar-nos através das nossas respostas estéticas.
Todos os monumentos indianos reflectem uma grande cultura cosmopolita desde a antiguidade. As influências artísticas eram recebidas de todo o lado calorosamente e, algumas dessas influências permaneceram durante séculos nos fluxos da nossa arte.
Os estilos, os motivos e as iconografias artísticas espalharam-se rapidamente na antiguidade para todos os cantos do país. Por isso, encontramos temas e estilos artísticos comuns em toda a Índia desde as brumas da nossa história. As variações regionais e as diversas cores acrescentaram mais um elemento de riqueza a essas tradições.
Aquilo que sobrevive hoje em dia da arte antiga da Índia é apenas uma pequena fracção daquilo que foi criado. Todavia, ainda assim consiste em tantos monumentos e esculturas que é impossível conceber a escala original. Há um enorme corpo de obras em todos os cantos do sub-continente indiano.
A história da arte é a história da humanidade, a história das percepções e dos pensamentos humanos. Desde a civilização mais antiga que floresceu ao longo dos vales dos rios da bacia hidrográfica do rio Indo podemos ver os alicerces da arte de uma antiga cultura. Presenciámos uma visão do mundo e as raízes de uma cultura que já sobreviveu mais de 5000 anos até aos nossos dias. É uma cultura à base da crença da unidade de toda a criação. É um acto de nos entregarmos alegremente à ordem natural em vez de dominar e controlar as forças ao nosso redor. São essas as características da visão da vida e da arte da Índia antiga.

Cortesia da Revista India Perspectives
   
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