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História da Tradição da Floresta

de Bhikkhu Dhammiko

em 03 Jan 2011

  (...anterior) Os textos seriam indicadores para o treino e as regras do Vināya (disciplina), em vez de simples convenções externas, deveriam assumir um papel importante na perseverança física e mental. Quanto aos textos do Dhamma, a prática não deveria ser somente uma questão de fé cega, de afirmação ou verbalismo. Apenas ler e pensar sobre os textos, não podia oferecer uma adequada compreensão do seu sentido, nem obrigatoriamente significar verdadeiro respeito por eles. O verdadeiro respeito pelos textos, traduzia-se por tomá-los como um desafio: colocar os seus ensinamentos seriamente em teste, de modo a verificar onde na realidade são verdadeiros. Durante o teste dos ensinamentos a par com a meditação, a mente daria à luz muitas realizações inesperadas que não se encontravam nos textos. Estas por sua vez deveriam ser postas também sobre teste, de modo a que assim se aprende gradualmente por experiência e erro, até ao ponto da efectiva e Nobre realização. Só então Ajahn Mun dizia, «se teria compreendido o Dhamma».

É esta a atitude que em relação ao Dhamma (a Verdade) remonta ao que as antigas culturas designavam por “Sabedoria do Guerreiro” – o “conhecimento” que vem ao desenvolver-se perícia na prática de situações difíceis e adversas – em contraste com o “conhecimento escrivão” desenvolvido por aqueles que se sentam com relativa segurança e conforto. Obviamente que os guerreiros precisam de usar palavras no curso do seu treino, mas só reconhecem a autoridade de um texto na medida em que os seus ensinamentos frutifiquem na prática. O Cânone por si próprio encoraja neste sentido quando menciona o Buddha (§) a ensinar a sua tia: «Em relação aos ensinamentos que podereis conhecer, “Esses ensinamentos conduzem a superar a paixão, não à paixão; a ser livre, não à prisão; ao despojamento, não à acumulação; à modéstia, não à superioridade; ao contentamento, não ao descontentamento; ao recolhimento, não ao enredo; à perseverança, não à preguiça; ao desafogo, não ao sobre carregamento” – Podereis certamente assegurar, Isto é o Dhamma, isto é o Vināya, isto é a instrução do Mestre».
Num célebre episódio com um dos seus discípulos, em que este constantemente duvidava sobre o sítio onde encontrar a exposição e transmissão douta do Buddha (sāsanā), Ajahn Mun pô-lo um dia inteiro a meditar sobre a palavra “Buddho”... Ao fim do dia, depois de ter realizado interiormente o sítio e ao preparar-se para informar o Mestre abrindo a porta da sua palhota, deu de caras com Este que sereno lhe perguntou, «reconheces agora onde encontrar o sāsana?». Ou seja, a autoridade última a avaliar e a ajuizar o ensinamento, não está no “corpo” onde este se possa encontrar, neste caso no Cânone Pāli da religião do Budismo em si, mas sim na inexorável honestidade do ser humano em testar o Dhamma (Verdade – Ensinamento) e cuidadosamente discriminar os resultados interiormente.

Entretanto, ao assegurar-se de que o caminho para as Nobres Realizações e para o Nibbāna estava aberto, Ajahn Mun regressa ao nordeste e apesar da sua natureza reservada, com a sua singular e íntegra postura, foi cada vez mais atraindo admiradores e discípulos com vontade de encetar o estudo num meio mais silvestre.
O ponto vital desta figura pilar do Budismo Theravada e baluarte da actual “Tradição da Floresta da Tailândia”, revela-se precisamente no equilíbrio que dentro das diferentes tradições, Ele próprio Ajahn Mun reuniu e lutou por conjugar e realizar dentro e ao redor da sua prática e disciplina. Ele conseguiu harmonizar o rigor da disciplina e da erudição académica inspirado pelo movimento Dhammayutta, com o lado prático na relação com a Natureza selvagem, revitalizando e inspirando ao mesmo tempo a ordem Mahanikaya.
  (... continua) 
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