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Mosteiro Budista
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À Procura do Rio Saraswati

de Kumud Mohan

em 25 Set 2010

  (...anterior) Bhim Pul Representando a peculiar habilidade humana de raciocínio, que distingue os humanos de todas as outras criaturas e possibilita um domínio sobre os outros seres, inspirando e personificando as artes e as ciências, Saraswati simboliza a grandeza da civilização humana em toda a sua diversidade e riqueza.
Depois da época védica, a importância de Saraswati como rio, foi ultrapassada pela sua imagem como Deusa da língua, literatura, sabedoria, cultura, aprendizagem e eloquência. Os hinos descrevem-se como a inspiração de todas as canções agradáveis e pensamentos pios.

No período clássico, Saraswati transformou-se na essência e epítome do pensamento e cultura hindus. É descrita como Vagdevi,Vageshwari (a deusa da fala), Sharada (quem mora nas neves), Gyanashkati (o poder do conhecimento), Vidyadaani (que confere a educação), Buddishaktisvarupini, Kalpanashakti, Pratibha e Smritishakti (personificações dos poderes do intelecto, imaginação, inteligência e memória), tal como Vedagarbha (o útero ou fonte dos Vedas), Sarvavidyarupini (personificação de todas as formas de educação) e Sarvashastravasini ( que mora nos livros). Invocam-se as bênçãos de Saraswati quando as crianças começam a sua educação. Particularmente no dia de Basant Panchami, o primeiro dia da primavera, todos os estudantes das ciências de belas artes entusiasticamente adoram Saraswati juntamente com os seus livros, canetas, instrumentos musicais e todo o material escolar.

As esculturas em pedra da Deusa Saraswati a partir do período medieval, representam-na com quatro braços, com caneta e livro (conhecimento e intelecto) um rosário (ascetismo) e um vaso de néctar (a fonte de bênçãos). Vestida com trajes brancos e brilhantes, a linda Saraswati montada no seu veículo divino, um cisne, sugere uma dimensão de existência que transcende o mundo físico humano. Para descontrair, toca o veena, o progenitor de todos os instrumentos musicais, sentada sobre um lótus que significa a pureza, aspiração divina e a eterna beleza e frescura da Criação – elevando-a acima das imperfeições do mundo. O lema do verdadeiro devoto de Saraswati tem de ser o de sempre se esforçar para atingir o inatingível.

E pode-se encontrar os seus devotos em todos os sítios onde os fiéis e a cultura indiana têm deixado os seus traços: seja o budismo, o jainismo ou o shaivismo. Uma lindíssima imagem pintada de Saraswati com características faciais europeias tem o lugar de honra no mosteiro de Aginsky na Sibéria. Há 30 anos, raga Saraswati, uma amálgama de ragas que lembram a força, segurança e serenidade sentidas pelos seus devotos abençoados, juntamente com a beleza extraordinária da sua catarata branca, foi composto em homenagem a Saraswati. No meio de todas essas imagens, o que é que aconteceu exactamente a Saraswati, o rio?

Segundo uma análise dos dados antigos disponíveis, um poderoso rio que nascia no seio do Himālaya (§) e percorria o deserto ocidental, existia mesmo nos tempos védicos. Algum tempo depois, mudanças cataclísmicas obrigaram o rio a passar por debaixo da terra. Interpretações modernas das imagens de satélite tiradas pelo Bhaba Atomic Center, revelaram cursos subterrâneos do rio Saraswati entre o nordeste e o sudoeste do estado do Rajastão. O estudo demonstra que a área pela qual o curso do rio foi traçado, tem vegetação durante todo o ano, mesmo quando há pouca ou nenhuma pluviosidade.

Também há provas arqueológicas que sugerem a existência de povoações planeadas e fortificadas numa área de 1200 quilómetros ao longo da bacia do rio Saraswati. Até hoje, já foram descobertos 300 locais desenvolvidos, alguns dos quais verdadeiras cidades com complexos sistemas para gerir a água. Acredita-se que, entre 3500 a.C. a 1500 a.C., floresceu nessa região uma cultura muito desenvolvida. Recentemente houve novas esperanças quando um rio de água doce, de 100 quilómetros de comprimento e 80 metros de largura, apareceu na superfície da região de salina do Rann de Kutch, depois de um terramoto devastador de abalou Bhuj em Guzerate em 26 de Janeiro de 2001. A energia libertada por esse movimento tectónico na altura, foi equivalente a 224 bombas de hidrogénio, segundo um cientista do Instituto Nacional de Pesquisa Geofísica em Hyderabad. Embora a ciência não tenha ainda conseguido chegar a conclusão satisfatória sobre a antiguidade da água, os devotos gostam de pensar que o Supremo Rio, a Deusa Saraswati voltou à terra para beneficiar e confortar a humanidade.

Cortesia da Revista India Perspectives
   
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