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Jesus Cristo segundo Rudolf Steiner - 3ª Parte

de Zelinda Mendonça

em 31 Mar 2011

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Quanto mais nos aprofundamos no texto, melhor constatamos que os discípulos reunidos na sepultura verificaram a presença dos lençóis e a falta do cadáver; voltaram pois, perguntando-se onde estaria o corpo e quem o teria levado.
É deste modo que os evangelhos nos conduzem aos factos que convencem os discípulos de ter ocorrido a ressurreição. E como são convencidos? Pelo facto de Cristo lhes ter aparecido sucessivamente; então eles puderam dizer: “ele está presente!” E as coisas chegaram ao ponto de Tomé colocar os seus dedos nas chagas. A sua presença era a prova. E se alguém tivesse perguntado aos discípulos o verdadeiro conteúdo da sua fé eles teriam respondido terem provas de que ele estava vivo.
Mas não teriam falado da maneira como o fez Paulo depois de ter passado pela vivência de Damasco.
Quem se dedicar a compreender o evangelho e as epístolas de Paulo perceberá a profunda diferença entre a visão dos evangelistas, para quem a prova da ressurreição estava na presença de Cristo entre eles, e a de Paulo. Paulo estabelece um paralelo entre a sua concepção da ressurreição e a dos evangelhos; pois ao falar de Cristo ressuscitado menciona ter este aparecido em esplendor espiritual depois de crucificado, como um homem vivo, a Cefas, aos doze, depois a quinhentos irmãos ao mesmo tempo e por fim a ele próprio.

Paulo chama Adão de ancestral dos homens na Terra. Mas de que maneira? Precisamos ir longe para obter resposta a essa pergunta. Ele chama de ancestral por ver nele o primeiro ser humano do qual descendem todos os outros homens. E isso significa para Paulo, aquele que transmitiu aos homens o corpo físico. Todos os homens herdaram de Adão o corpo físico. Trata-se daquele que nos aparece na “maya” exterior, sendo mortal; trata-se do corpo físico herdado de Adão, perecível e sujeito à morte. É este corpo que veste os homens.

O segundo Adão, o Cristo, Paulo o considera, ao contrário, possuidor de um corpo imperecível, imortal. E Paulo admite que os homens conseguem paulatinamente, por meio de uma evolução cristã, colocar o segundo Adão no lugar do primeiro – vestir no lugar do corpo perecível do primeiro Adão o corpo imperecível do segundo, Cristo.

Segundo Paulo todo o cristão deveria declarar: “por ser descendente de Adão, possuo um corpo perecível tal como ele o possuía; posicionando-me correctamente em relação a Cristo recebo dele o 2º Adão, um corpo imperecível”.
Paulo exige, pois, que todos os que se denominam cristãos façam surgir dentro de si mesmos algo real, remetendo ao elemento que no 3ºdia se levantou do túmulo onde fora colocado o corpo de Jesus Cristo. Quem não aceitar esta ideia não poderá ter uma relação correcta com Paulo, nem dizer que o compreende.
Se descendemos de Adão, pelo nosso corpo perecível, temos a possibilidade de ter um segundo corpo ancestral, ao identificarmos a nossa essência com a essência de Cristo, aquele que ressurgiu do túmulo.

Como justificar esta posição de Paulo?

Esta exigência de Paulo é bastante incómoda para o pensar moderno.
A afirmação de Paulo relativa à ressurreição e ao segundo Adão, só pode ser feita por alguém que pela sua maneira de pensar estivesse enraizado na cultura grega, mesmo que pertencesse ao povo hebraico; isto por ter sacrificado de certa forma, o seu hebraísmo à concepção grega.

Qual é o real sentido da afirmação de Paulo?
Ele disse que a ressurreição triunfal de Cristo fez elevar-se do túmulo aquilo que os gregos amavam e estimavam, a forma exterior do corpo. Os gregos tinham a sensação trágica de que a forma exterior do corpo se perdia quando o homem passa pelo portal da morte.
Com base na sua mentalidade típica, Ulisses, o herói grego, exclamava: “É melhor ser um mendigo no mundo superior do que um rei no mundo inferior.” Ele dizia isto por estar convencido que a forma exterior do corpo, amado pelo homem grego, ficava perdida para sempre ao passar pelo portal da morte.
Paulo que divulgou o evangelho entre os gregos, pisou inicialmente no mesmo solo onde crescera essa disposição anímica trágica e embebida de beleza.
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