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Tradição Espiritual Portuguesa

de Pedro Teixeira da Mota

em 09 Mai 2011

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No nº 10, o final, para além da homenagem a António Nobre e de mais referências a Antero de Quental (§), Leonardo Coimbra (§) oferece Aos poetas portugueses religiosos, Uma Monadologia (fragmento) bem merecedora de meditação e vivificação, nos nossos tempos de crescente redução da vida ao trabalho de sobrevivência e a lazeres alienantes, afirmando que «quando classificamos de calhaus certos homens, dizemos mais do que uma metáfora. Quando, respondendo às acções mecânicas, biológicas e sociais, sinto ainda um excedente de actividade, a presença do Ideal, sou um homem livre e superior. Sem esse excedente de actividade nunca se teria pensado na liberdade, na alma e em Deus. Os seres medem, pois, a realidade pela amplitude do seu ritmo, excedente psíquico, alma ou liberdade. Assim compreende-se o conhecimento. Cada ser contém materialmente os outros de menor ritmo ou alma. O homem, compreendendo os outros, conhece a actividade livre e vivendo nessa actividade, sente e concebe Deus. Cada ser tem por limite o gasto de energia a que o obrigam os outros seres, ou o Mundo. Deus seria a perfeita actividade, a omnipresente liberdade»...

E eis-nos com valiosas ideias sobre energias e ritmos (para equacionarmos...) de Leonardo, certamente um dos portugueses que mais acertou no que intuiu, viveu e escreveu sobre a alma humana, o Universo, o Espírito, Deus e o Amor, mas que por erros, má fortuna ou amor ardente prematuramente morreu...
É de novo a Teixeira Pascoaes, a Leonardo Coimbra e a Jaime Cortesão que devemos os textos mais fortes, e agora doutrinários ou programáticos (fundada que foi em 1911 a associação Renascença Portuguesa), expressos na 2ª série da Águia (retomada em 1912), onde logo no nº 1 Pascoaes lança o objectivo de «dar um sentido às energias intelectuais (…) colocá-las em condições de se tornarem fecundas de poderem realizar o ideal que neste momento histórico abrasa todas as almas sinceramente portuguesas: Criar um novo Portugal, ou melhor ressuscitar a Pátria Portuguesa».
Ora hoje ainda que sejam poucas tais almas, capazes de colher no passado as raízes «para dar à nova luz do futuro a sua flor espiritual», pois «renascer é dar a um antigo corpo uma nova alma fraterna, em harmonia com ele», há ainda assim que tentar chamar a sociedade portuguesa ou, já alargada, a lusófona «desperta à sua própria realidade essencial, ao sentido da sua própria vida, para que ela saiba quem é e o que deseja. E então poderá realizar a sua obra de perfeição social, de amor, de justiça, e poderá gritar entre os povos: Renasci!» Há que lutar por «esta obra sagrada», que compete sobretudo aos «portugueses que encerrem no seu ser uma parcela viva da alma da nossa Pátria». Mas haverá ainda muitos e capazes de se unirem criativa e libertadoramente? Quantos já não se desiludiram dela pelas caricaturas ou mentirosas figuras que os diversos representantes nacionais têm feito?

E se Pascoaes apela à união de «um certo número de operários congregados e harmónicos, ligados pelo mesmo sonho» que «vivam, além da sua vida egoísta e individual, a vida mais vasta e profunda, porque é abstracta e transcendente, da Pátria Portuguesa», este chamamento, que ainda hoje ecoa em alguns movimentos ou iniciativas, como os que a Nova Águia ou outras revistas e grupos, até mesmo na Internet, lançam nos nossos dias, tem contudo encontrado sempre a dificuldade das individualidades portuguesas ou lusófonas, necessárias no momento histórico do aqui e agora, saberem congregar-se com pouco ego e em grupos verdadeiramente abertos ao Espírito santo, à busca da verdade, ao eixo cósmico que liga céu e terra e une em fraterna companhia...Se em 1912 Pascoaes podia afirmar tanto sobranceira como clarividente e prometaicamente que «se não existisse uma alma portuguesa, teríamos de evolucionar conforme as almas estranhas, teríamos de nos fundir nessa massa amorfa da Europa; mas a alma portuguesa existe (...) e o seu perfil é eterno e original. Revelemo-la agora a todos os portugueses...
  (... continua) 
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