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Olhando para a Natureza da Mente - 2ª Parte

de Sakya Trizin

em 24 Ago 2011

  (...anterior) Considerada a escola mais elevada dentro da filosofia budista, Madhyamaka foi formulada pelo grande mestre Nagarjuna. O próprio Senhor Buda profetizou que, depois do seu mahaparinirvana, haveria um monge chamado Nagar que seria capaz de explicar a verdadeira filosofia, a verdadeira sabedoria dos ensinamentos do Buda.

A filosofia Madhyamaka de Nagarjuna é diferente das outras escolas, incluindo as escolas budistas, no sentido em que Nagarjuna não oferece uma definição da natureza da realidade. Ele divide a realidade em dois aspectos: a verdade relativa e a verdade absoluta.
Ele descreve como as coisas estão em ambos os aspectos. Ele olha para a verdade relativa, onde as pessoas comuns, que vivem uma vida comum, que experienciam os resultados de causas, que usufruem e que sofrem. E depois, quando o seu raciocínio muito claro examina o que é esta vida, o que são todas estas aparências, ele diferencia-se de todas as outras escolas ao não tirar conclusões.

O nível relativo da mente não consegue compreender o absoluto. O absoluto está distante de todos os extremos, por exemplo, do conceito de existir ou não existir.

Para ele, a verdadeira realidade, a verdade absoluta, está para além de qualquer descrição. Está para além de todos os extremos. Não podemos dizer que nada existe ou que não existe, ou ambos existe e não existe, ou que nem existe nem não existe. Todas estas considerações pertencem à realidade comum, ao nível relativo. Nada disto é aplicável ao nível absoluto. Não nega o nível relativo, e dá uma análise das suas componentes. Ele aceita haver surgimento interdependente , interdependente no sentido de tudo surgir devido a causas e condições. Nada, nem uma única coisa, existe independentemente, sem ser baseada em causas e condições. Tudo e cada coisa tem de ter as suas causas e condições de modo a existir.

Ao nível relativo, há surgimento interdependente. Se qualquer causa falhar, então o objecto não aparecerá. Tudo é dependente de causas e condições. Ao nível absoluto, há vácuo, vazio. Isto não tem o significado num sentido niilista, mas mais num sentido de estar longe de todas as descrições. Neste nível não podemos dizer que é assim, ou assado; são impossíveis de descrever; estão para além da nossa maneira de pensar corrente, para além desta rede dualística aonde estamos presos. Depois de meditar por um tempo, começamos a ter uma compreensão intelectual da verdadeira natureza da realidade e, através de meditação sustentada, obtemos gradualmente mais sabedoria, até que eventualmente realizamos a verdade última. Assim estaremos completamente libertos de todas as nossas propensões kármicas, e por aí fora. Então, como pode isto ser atingido? Como é que meditamos para obter sabedoria? Isto não acontece logo de seguida. É fácil dizer “a verdade última está longe de todos os extremos, está para além do pensamento, e por aí fora”. Mas como é que, na realidade, o experienciamos? De modo a realmente o fazer, nós como pessoas comuns, temos de seguir passo a passo.

Depois de meditar por um tempo, começamos a ter uma compreensão intelectual da verdadeira natureza da realidade e, através de meditação sustentada, obtemos gradualmente mais sabedoria, até que eventualmente realizamos a verdade última.

O primeiro passo é estabelecer todas as aparências exteriores como sendo mente. Como mencionámos anteriormente, tudo é mente. É a mente que cria todas as coisas boas, as coisas más, felicidade, sofrimento, tudo. Precisamos de estabelecer como mente todas as aparências exteriores. Vemos muitas citações nos sutras e nos ensinamentos dos grandes mestres em como a nossa vida actual, tudo o que experienciamos, é a nossa própria mente. E como conseguimos compreender que a nossa vida é mente? Existem muitos exemplos de como o realizar. Um exemplo importante é o do sonho. Nos nossos sonhos, temos muitas experiências e, enquanto sonhamos, parece-nos tudo tão real como nesta vida. Conseguimos ver cores, formas, tudo, e [o sonho] tem um efeito sobre a nossa mente.
  (... continua) 
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