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A Perspectiva da Floresta

de Ajahn Amaro

em 17 Dez 2011

  (...anterior) Ela descreve o desejo de nos tornarmos algo. Fazemos isto para obter aquilo. Trata-se de estarmos sempre ocupados, sempre a ‘fazer algo’ sempre a controlar o método, as práticas, as regras e a mecânica de modo a chegar a algum lugar. Este hábito é a causa de muitos dos nossos problemas.

Para que as sementes cresçam precisamos de solo, estrume, água e luz solar. Mas se o saco de sementes ficar no armazém, continua a falta-nos o elemento essencial. Enquanto arrastamos o estrume e a água de um lado para o outro, sentimos que estamos a fazer algo. “Estou mesmo a trabalhar arduamente na minha prática!” Enquanto isso, o mestre está ali em pé ao lado do saco de sementes relembrando-nos (gesticula como se estivesse a apontar para um saco no canto).
Ajahn Sumedho fala repetidamente sobre ser iluminado ao invés de tornar-se iluminado. ‘Estejam despertos agora; sejam iluminados no momento presente. Não se trata de fazer algo agora para se iluminarem no futuro. Esse tipo de pensamento está coligado com o eu e o tempo e não produz frutos’. Os ensinamentos Dzogchen são iguais. Não se trata de encontrar rigpa como um objecto ou de fazer algo agora para obter rigpa no futuro; trata-se de na verdade ser rigpa agora. Assim que começamos a fazer algo com isso ou a dizer, “Eh, olha, consegui” ou “Como posso mantê-lo?” a mente agarra-se a esse pensamento e abandona rigpa – a menos que o pensamento seja visto como apenas mais uma formação dentro do espaço de rigpa.

O próprio Ajahn Sumedho nem sempre tinha tido toda a clareza em relação a este ponto. Muitas vezes ele contava a história sobre as suas próprias obsessões em ser “um meditador”. O método de ensino de Ajahn Chah colocava bastante ênfase na prática de meditação formal. Mas ele também era extremamente dedicado em não fazer da meditação formal algo distinto do resto da vida. Falava sobre manter a continuidade da prática quer estivessemos a caminhar, em pé, sentados ou deitados. O mesmo se aplicava a comer, usar a casa de banho e trabalhar. O ponto era manter uma contínua atenção consciente. Ele costumava dizer, “Se a tua paz jaz no assento de meditação, quando te levantas do assento deixas a tua paz para trás.”
Certa vez foi oferecido a Ajahn Chah um pedaço de terra com floresta, no topo de uma montanha na sua província natal. O generoso doador disse: “Se você conseguir encontrar uma forma de construir uma estrada até ao topo da montanha, construirei lá um mosteiro para si.” Sempre disposto a enfrentar este tipo de desafio, Ajahn Chah passou uma ou duas semanas na montanha e encontrou um caminho até ao topo. De seguida, trouxe a comunidade monástica inteira para construir a estrada.

Ajahn Sumedho era um monge recém-chegado. Ele tinha chegado há um ou dois anos e era um meditador muito sério. Não tinha mostrado muito interesse em deixar a vida estabelecida no mosteiro principal, Wat Nong Pah Pong, mas juntou-se ao grupo e ali estava ele, a partir pedra debaixo de sol, a empurrar carrinhos de mão cheios de entulho e a trabalhar arduamente com o resto da comunidade. Depois de dois ou três dias, Sumedho estava cheio de calor, suado e carrancudo. Ao final do dia, depois de um turno de 12 horas de trabalho, todos se sentavam para meditar e ficavam a cabecear devido ao cansaço. Ajahn Sumedho pensou, “Isto é inútil. Estou a perder o meu tempo. A minha meditação desmoronou-se por completo. Isto não ajuda a vida santa de modo nenhum.”
Ele explicou cuidadosamente a sua preocupação a Ajahn Chah: “Sinto que todo o trabalho que estamos a fazer é prejudicial para a minha meditação. Acho que seria muito melhor para mim se eu não fizesse parte deste trabalho. Preciso fazer mais meditação, sentado e a andar, preciso de mais prática formal. Isto ajudar-me-ia bastante e acho que seria muito melhor.”
Ajahn Chah disse, “O.K., Sumedho. Sim, podes fazer isso. Mas é melhor eu informar o Sangha para que todos saibam o que está a acontecer.” Ele era capaz de ser assim maroto!
  (... continua) 
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