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O Yoga Vāsiṣṭha de Vālmīki

de Alejandro Corniero

em 13 Mai 2012

  (...anterior) O mundo é criação do erro e ídolo dos insensatos. Remove todo o desejo falacioso e todo o pensamento, ó Rāma, ó filho bem-amado, e recorda o teu sempre luminoso Ātman».

Rāma reflectiu nas palavras do santo instrutor.

«O que significa esta peregrinação que fazemos no mundo?», pensou, «e porque é que todos os seres humanos e animais se vêm forçados a entrar e sair do cenário deste teatro evanescente que é a vida? Qual é a natureza da nossa alma e como deve governar-se? O que é este māyā do universo? Qual é a sua origem e como poderemos enganá-la? Como é que ela encadeia a alma(10) e que vantagem e desvantagem há no desembaraçar-se desta ilusão? O que diz o Muni(11) dos métodos destinados a dominar os apetites do espírito e dos resultados por eles obtidos? O que diz da tranquilidade do espírito?

Os nossos corações a e as nossas almas são os que tendem a revelar o mundo fenoménico perante nós, e desta existência irreal, fazemos a realidade. Todas estas coisas estão entrelaçadas entre si nas nossas almas, e esfumam-se sempre que os nossos apetites mentais diminuem. A débil luz da razão vê-se eclipsada pelas nuvens sombrias das paixões e cobiças. Como poderei, pois, distinguir o verdadeiro do falso?

Por um lado a alma conduz-nos ao conhecimento espiritual, e por outra, desvia-nos para a mundanidade. Quando se acalmarão definitivamente as minhas ansiedades? Quando finalizarão as minhas inquietudes? Quando possuirá a minha alma a sua santidade? Quando é que o seu voo deterá o meu capricho para se concentrar na Verdade interior? Quando se absorverá a minha alma no Espírito Supremo, tal como uma onda agitada se apazigua no seio da calmaria do mar? Para quando a luz da razão dissipará esta nuvem sombria de ignorância que envolve a minha Essência divina com o véu desta lamentável forma?

Tenho de reflectir nos ensinamentos do bem-aventurado Sábio e depois sobre a conduta que deve seguir todo aquele que aspira à libertação(12). Quero praticar a virtude, quero participar em Satsangs(13) com uma intenção pura, e servir ao meu Instrutor. Tenho de ter ouvidos surdos para tudo o que não seja divino; tenho de viver na prece e na prática da meditação».

Notas
1. «Saudações a Deus, Senhor de todas as coisas! Ó grande alma»
2. Sábio que realizou Deus; alma perfeita o que alcançou o conhecimento da sua própria divindade
3. Faculdade de descriminação ou razão intuitiva. Aspecto superior da inteligência por oposição à alma inferior (manas)
4. Yoga (§) aqui significa uma via – que tem como meta o conhecimento ou a iluminação – que consiste em ser discípulo sob a autoridade de um Mestre tradicional. Os quatro aspectos desta via do Yoga são:
I - Estudo da sua doutrina espiritual com exame de consciência e autocontrole
II- Prática da meditação segundo o método tradicional recebido
III- Serviço ao Mestre espiritual
IV- Vida de acordo com os preceitos religiosos (dharma) guiada conscientemente para a honestidade, a virtude, a bondade e a humildade, sempre tendo o cuidado de não prejudicar nenhuma criatura viva.
5. Literalmente,” o Yoga que se refere ao Se”. A sua base metafísica é não dualista (advaita) e o seu maior representante e comentador foi Sri Shankarachārya.
6. Diz-se que a natureza (Prakṛtī) é composta na sua totalidade por três qualidades fundamentais (guṇas), que são sattva (luz, harmonia), rajás (paixão, actividade), e tamas (obscuridade, inércia).
7. O verdadeiro “Se/Eu”; o Espírito imortal e imutável do homem.
8. O poder creador e auto condicionante do Senhor omnisciente e omnipresente; o meio irreal pelo qual o Espírito Supremo (Brahman) Se manifesta. Não possui nenhuma existência independente de Deus, e por si não se pode considerar nem como absolutamente existente, nem como não-existente. Trata-se do Poder Divino que permite à realidade espiritual apresentar-se como mundo fenoménico.
9.
  (... continua) 
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