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Misticismo

de Annie Besant

em 19 Out 2013

  (...anterior) Depois disso, Ele abandonou a tortura do corpo e foi, consequentemente visto, como um fracassado pelos ascetas que o rodeavam.
Somos sempre inclinados a chegar aos extremos. É muito mais difícil ir aos extremos do que mantermo-nos firmemente no centro do caminho, e eu penso que é por isso que encontramos tão amplamente, de um lado, grandes arrebatamentos de devoção e, de outro, as terríveis trevas do sentimento de abandono. Isso é marcado, em sua realidade, como uma das grandes experiências pelas quais todo o Místico deve passar – e que é chamada a Crucificação do Cristo, quando as trevas vieram durante três horas e, através da escuridão vibrou o grito angustiado do Cristo na Cruz (§): “Meu Deus! Meu Deus! Porque me abandonaste?” Isso não durou muito. Não podia durar.

Mas, às vezes, pensamos que a sombra daquela aparente e terrível deserção deixou algo sombrio sobre o Cristianismo, de forma que mesmo as palavras finais, mostrando que não havia abandono: “Pai Em Tuas mãos entrego o meu Espírito!” aparentemente não foram válidas para fazer lembrar ao santo que, embora o Filho do homem se esteja tornando o Filho de Deus, ele pode perder, por um momento, o contacto consciente com o Deus interior, e com isso, naturalmente, o contacto com o Deus exterior. Essa é uma experiência nos mais elevados pontos do Caminho, quando tudo desaparece, mesmo a crença de que há um Eu Superior. E o discípulo, nas trevas, simplesmente detém-se, recusando-se a mover-se para não tombar no vazio, sabendo, na sua mais profunda natureza, que aquilo é apenas uma tentativa de Māyā para iludi-lo, para arrebatar aquilo sem o que ele não pode viver, no corpo ou fora dele, para não falar no Eterno. Essa é uma experiência que parece ser necessária, a fim de que um homem possa aprender a ficar absolutamente a sós. Essa experiência aparece numa bela lenda da Irlanda, na qual um grande guerreiro combatendo sozinho, uma hoste de inimigos e, aparentemente, abandonado e traído, vê a seu lado, em sua solidão, uma criancinha, a Criança que é o Filho de Deus, nascido no conhecimento de Sua Vida Eterna. Tais relances de grandes verdades são dados, de tempos a tempos, nas lendas e mitos que chegam até nós, e que encerram muito mais verdades do que aquilo que chamamos de história. Porque o mito é a experiência da vida interior e a história é apenas a Māyā dos acontecimentos exteriores.

Tentem, então, levar através de estudos, esta Luz da Teosofia, a Sabedoria Divina, que encontraremos, talvez, mais completa, no estudo cuidadoso dos Upanishads. Quando chegarem às vidas dos grandes Místicos, vidas que estudarão, tentem ver nelas o que podemos chamar seus sucessos e seus fracassos. Observem as diferenças e, ainda assim, a identidade. Irão encontrar um grande Discípulo, por exemplo, em Sir Thomas More, cuja Utopia não é o devaneio de um sonhador, mas a visão de alguém que se estava aproximando da libertação. Podemos ver isso na República de Platão, desembaraçando-a das circunstâncias da época, e vendo a grande meta que ele tem em mira, a Sociedade perfeita. Poderão ver isso, com dificuldade maior, em Jacob Boehme, o sapateiro remendão – e compará-lo com o do grande Ministro de Henrique (§) VIII – repleto de iluminação, velando sua sabedoria com as fórmulas e simbologias mais abstrusas, usando a alquimia e a astrologia como formas com as quais poderia velar seu significado, por causa da perseguição a que estava exposto e do desprezo dos governantes de sua própria cidade, que não mereciam sequer tocar-lhe os pés. Mas o sapateiro remendão vive, enquanto os governantes estão todos esquecidos, e é um marco na grande Senda Mística. Então, irão conhecer os Místicos de Cambridge, com os seus primorosos lampejos de visão, de vez em quando, e os Místicos da Igreja de Roma, como São João da Cruz, como Santa Teresa, como Molinos, o Místico espanhol, para chegar, talvez, na Escola Quietista da França, com Madame Guyon, tacteando em busca do verdadeiro Misticismo.
  (... continua) 
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