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Viver no mundo com o Dhamma

de Ajahn Chah

em 24 Jan 2014

  (...anterior) As pessoas deviam ouvir a verdade. O verdadeiro professor não fala somente de cor, fala a
verdade. Socialmente as pessoas em geral falam apenas de cor. E mais, muitas vezes falam apenas de forma a glorificarem-se. O verdadeiro monge não fala assim, fala a verdade e de como na realidade, as coisas são. Não importa o quanto ele possa explicar, a verdade é difícil para as pessoas compreenderem. É difícil compreender o Dhamma. Se compreenderes o Dhamma deves praticar de acordo com ele. Talvez não seja necessário tornares-te monge, apesar de a vida de monge ser a forma ideal para praticar. Para verdadeiramente praticar, tem de se abandonar a confusão do mundo, deixar a família e pertences e ir para as florestas. Estes são os lugares ideais para praticar. Mas, se ainda temos família e responsabilidades como é que devemos praticar? Há quem diga que é impossível praticar o Dhamma como leigo. Considera, qual é o grupo maior, monges ou leigos? Existem mais leigos. Ora, se só os monges praticarem, isso significa que irá haver muita confusão. É uma forma errada de entender. “Eu não posso tornar-me monge…”. Seres monge não é o objectivo! Seres monge nada significa se não praticares. Se realmente compreendes a prática do Dhamma, não importa que profissão ou posição tenhas na vida; quer sejas professor, doutor, funcionário público, podes praticar o Dhamma a qualquer hora do dia.

Pensar que como leigo não podes praticar é perder completamente o caminho. Porque é que as pessoas conseguem encontrar incentivo para fazer outras coisas? Se sentem que algo lhes falta, fazem um esforço para o obter. Se houver desejo suficiente as pessoas fazem seja o que for. Algumas dizem, Não tenho tempo para praticar o Dhamma.” Eu digo, “Então como é que tens tempo para respirar?” Este é o ponto. Como é que elas encontram tempo para respirar? Respirar é vital para a sua vida. Se também vissem a prática do Dhamma como algo vital para as suas vidas, então tê-la-iam como algo tão importante como a sua respiração. Não tens de correr atrás de algo ou de te esforçar até ficares sem forças para praticar o Dhamma. Observa simplesmente as sensações que surgem na mente. Quando os olhos vêem formas, os ouvidos ouvem sons, o nariz cheira odores e por aí adiante, todos eles vêem até à mente, que nesse momento é aquele que sabe”. Mas quando a mente se apercebe destas coisas, o que é

que acontece? Se gostamos do objecto sentimos prazer, se não gostamos sentimos desagrado. Isso é tudo o que acontece. Então, onde é que vais encontrar felicidade neste mundo? Estás à espera que toda a gente te diga só coisas boas para o resto da vida? E isso é possível? Não, claro que não. Então, se não é possível, o que é que vais fazer? O mundo é assim, nós temos de o conhecer – Lokavidū – conhece a verdade deste mundo. O mundo é algo que devemos perceber claramente. O Buddha (§) viveu neste mundo, não viveu noutro lugar. Ele teve a experiência da vida familiar, mas viu as suas limitações e separou-se dela. Ora, como é que vocês como leigos vão praticar? Se quiserem praticar têm de fazer um esforço para seguir o caminho. Se persistires com a prática, também irás ver as limitações deste mundo e serás capaz de o abandonar. Quem bebe muito álcool às vezes diz, “Eu não o consigo deixar”. Porque é que não o conseguem deixar? Simplesmente porque ainda não viram as suas desvantagens. Se vissem claramente essas desvantagens não teriam de esperar que alguém lhes dissesse para o fazer. Se não vires as desvantagens de algo, isso significa que também não consegues ver os benefícios de o deixar.

A tua prática torna-se infrutífera, e estarás somente a brincar. Se vires claramente as desvantagens e os benefícios de algo, não terás de esperar que os outros te digam. Considera a história do pescador de enguias, que encontra algo no seu pote. Ele sabe que o pote contém alguma coisa, pois ouve algo a bater. Pensando que é uma enguia, ele mete a mão no pote, mas agarra algo diferente. Como não a consegue ver fica em dúvida.
  (... continua) 
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