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Graça Divina - 2ª Parte

de Debabrata Sen Sharma

em 20 Out 2014

  (...anterior) Pede-se-lhes que desempenhem certas formas de kriyā (ritos), tal como lhes são ensinados pelos mestres espirituais de forma a alcançarem o Fim Supremo. São prescritos um número de alternativas de apoios (ālamvana-s), começando com o uso de força vital (prāna shakti) que neles existe, ou na sua forma densamente manifesta, i.e. respiração vital, (prāna vāyu), ou no desempenho de kriyā, usando apenas um suporte (ālamvana) de um grupo de seis objectos externos concêntricos, especificados nos textos, de acordo com a capacidade do aspirante espiritual. Como todos estes modos de disciplina espiritual estabelecidos sob o ānavopāya, envolvem o desempenho de práticas espirituais específicas (kriyā), este modo específico é chamado tecnicamente de kriyopāya.

Há que mencionar, neste contexto, que, embora os Shivaítas de Cachemira falem de diferentes tipos de shaktipāta recebidos individualmente pelos aspirantes espirituais, falando de forma qualitativa, shaktipāta é apenas uma e sempre a mesma, simbolizando, tal como faz a “vontade”, sob a faceta do Senhor Supremo, na restauração da natureza divina nas Suas formas voluntariamente auto contraídas ou densificadas (i.e., pashurupa). Diz-se que shaktipāta, numa forma muito fraca, até é capaz de ‘rachar a casca dura’ de ānavamala, causando contracções nos aspirantes espirituais, semelhante ao que acontece com as amêndoas. A casca dura exterior não pode ser partida só por pressão, são precisos esforços especiais. Da mesma forma, são necessários esforços rigorosos pessoais da parte dos sādhaka-s, para remover a casca já rachada de ānavamala, responsável pela sua contracção.

Por vezes, os sādhaka-s não se apercebem do fluxo de Graça Divina que recebem, caso seja muito suave, e se não passar pessoalmente pelo guru. O tantra Málini-Vijayottara, um dos textos Ágamicos, onde se baseia a filosofia do Shivaísmo de Cachemira, menciona um número de sinais de shaktipāta, tecnicamente chamados de Rudra Shakti Samāvesha. São os seguintes:

1. Súbito desenvolvimento do sentimento de devoção para com Rudra ou Shiva, que impele o sādhaka a adorá-lo. Tal indica ser infundido com a Graça Divina.

2. Repetição de mantras sagrados tais como “Om namah Sivāya”, bem como o seu uso no desenrolar do dia de trabalho, o que parece alcançar resultados benéficos. Os sādhaka-s começam a sentir paz e felicidade na realização da sua devoção diária rotineira.

3. O sādhaka descobre que os animais selvagens ferozes, que andem perto de si, de repente se tornam amistosos para com ele.

4. Percebem que qualquer trabalho que executem, pertencendo à sua existência mundana, ou relacionado com sua sādhanā, produz bons resultados. Além disso, todos os obstáculos na realização do trabalho, desaparecem automaticamente, por assim dizer.

5. Alguns sādhaka-s vêm-se, subitamente, com capacidade de compor poemas ou canções, sem terem que fazer quaisquer esforços conscientes. Tornam-se poetas de um dia para o outro. Tal aconteceu no caso do sādhaka Ramprasad ou Kamalakanta, que espontaneamente exprimiram a sua realização espiritual através de canções. Mais uma vez, alguns sādhaka-s desenvolveram no seu interior o poder de compreensão do verdadeiro propósito das escrituras, sem qualquer esforço.

Diz-se que, quando um determinado adepto espiritual atinge o desenvolvimento de qualquer de um destes sinais (acima mencionados), sem ter feito qualquer esforço, pode ficar completamente seguro, que o influxo da Divina Graça aconteceu nele, sem que o seu ser se tenha apercebido de tal.
Deve-se mencionar também, que a infusão de Graça Divina nos sādhaka-s, de acordo com os Shivaítas de Cachemira, pode dar-se de forma gradual. De princípio pode acontecer com uma intensidade suave. De cada vez que recebem uma ‘dose’ de graça no decurso de suas práticas de sādhanā, a graça impele-os em seus percursos espirituais, até atingirem o seu objectivo final – a realização de sua verdadeira natureza de Shiva.
  (... continua) 
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