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Sati – um exemplo

de Bhikkhu Dhammiko

em 16 Out 2014

  Poderíamos achar que a prática ou o caminho espiritual no sentido da purificação ou do Divino, é uma prática passiva em que basta que nos interessemos e estudemos intelectualmente um ideal, religião ou filosofia, ou que simplesmente sigamos as suas normas e preceitos à regra. Que tudo acontecerá por si sem esforço de maior ou por milagre e que o caminho é fácil e não implica luta alguma, como se o hábito fizesse o monge ou o próprio conhecimento enciclopédico ou académico fosse a realização espiritual consumada vias de facto. Mas não é assim. A consciência humana, espiritualmente falando, está encarcerada num véu e redoma de diferentes emoções e pensamentos que se centram no ego e obscurecem a clareza do nosso entendimento e visão espirituais. Esta clareza só poderá ocorrer se houver uma purificação consciente de humores e emoções negativas como a vaidade, a cobiça, o ódio, etc., dentro de si, pela nossa própria vontade consciente.

(O presente artigo é apenas um excerto de um artigo maior a publicar brevemente e surge pela confusão actual existente na tradução do páli 'Sati' para o 'Mindfulness' em inglês, e ainda mais do páli 'Sati' e do inglês 'Mindfulness' para o português 'Plena Atenção', que não está certo.)

(Diálogo entre um céptico niilista enrolado em teorias e um praticante com fé no caminho):

- “Tu não tens que fazer nada, só tens de observar com os olhos muito abertos, tudo é uma ilusão.
- “Bom, mas isso parece-me somente parte do trabalho? Onde está o resto, o mais importante? A responsabilidade e a consciência de limpar o ego com sua ganância, soberba, ódio e ilusão? Não me parece que seja só por observar com muita atenção os meus próprios defeitos, vícios e aspectos internos, que me vou libertar desses defeitos. Há muito trabalho para fazer e grande parte desse trabalho é a limpeza interior a começar por emoções e formas de pensar extremamente negativas, mas as pessoas não gostam de pensar nisso, porque a vaidade e o ego não deixam. Então, por vezes, por muitos anos e até vidas, as pessoas começam a praticar técnicas mais espirituais como a meditação, sem atenderem à purificação, que é onde se aplacam os primeiros obstáculos que o Buddha (§) referiu obstruírem o Caminho, e acabam por cair na satisfação imediata das exigências do ego e da vaidade em representações sociais e religiosas por protagonismo egotista. As pessoas querem ser importantes, porque pelos vistos só assim se conseguem sentir bem com algum amor-próprio, a serem apreciadas, ou mesmo a sentirem-se amadas. Querem ser o centro das atenções, e quando elas entram neste cadafalso de satisfação do ego e da vaidade pelo elogio e apologia das suas personalidades, então, pensam que estão a fazer grandes coisas para se tornarem importantes; como se o propósito da identificação dos nossos defeitos e impurezas fosse trazer algum sentimento de grandeza, importância ou elevado prestígio. Trabalhar o nosso interior, inspira e requer, pelo contrário, um incremento de humildade, honestidade e firmeza que passa por contentamento e confiança, e é aí precisamente que deitamos abaixo os nossos orgulhos, mesquinhices, impertinências e vaidades. É por aí que temos que atacar e abrir caminho na nossa selva interior; não há outra hipótese para quem quer honesta e genuinamente abrir o caminho para a Verdadeira Liberdade”.

Poderíamos achar que a prática ou o caminho espiritual no sentido da purificação ou do Divino, é uma prática passiva em que basta que nos interessemos e estudemos intelectualmente um ideal, religião ou filosofia, ou que simplesmente sigamos as suas normas e preceitos à regra. Que tudo acontecerá por si sem esforço de maior ou por milagre e que o caminho é fácil e não implica luta alguma, como se o hábito fizesse o monge ou o próprio conhecimento enciclopédico ou académico fosse a realização espiritual consumada vias de facto. Mas não é assim. A consciência humana, espiritualmente falando, está encarcerada num véu e redoma de diferentes emoções e pensamentos que se centram no ego e obscurecem a clareza do nosso entendimento e visão espirituais. Esta clareza só poderá ocorrer se houver uma purificação consciente de humores e emoções negativas como a vaidade, a cobiça, o ódio, etc., dentro de si, pela nossa própria vontade consciente. Aqui requer-se um esforço activo e não passivo, capaz de vencer as tendências mais egoístas. Porquê? Porque o ego muito dificilmente admite defeitos em si próprio e a única forma de superar o próprio ego ou sentimentos afins, é conseguir actuar fora deste com honestidade voluntária espiritual.

Dos Oito Factores do Nobre Óctuplo Caminho prescrito pelo Buddha, dois dizem respeito à Sabedoria, três aos Princípios (ética) e três à Concentração (aplicação).
  (... continua) 
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