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A Justiça Divina
de Lubélia Travassos
em 06 Nov 2014
(...anterior) Tal como a electricidade não se extingue quando se retira uma lâmpada quebrada, também a energia vital não é eliminada ao retirar-se dos nervos involuntários. Da mesma forma, a energia não morre, ela se retira, por altura da morte, para a Energia Cósmica.
Além do mais, os Sábios antigos analisaram a humanidade, e classificaram a consciência humana em quatro tipos básicos: 1) Os “Sudras”, que são capazes de servir a sociedade por meio do trabalho braçal, uma condição existencial limitada aos sentidos; 2) os “Vaixás”, que servem nos sectores intelectuais, de habilidades, na agricultura, na indústria, no comércio e na vida de negócios em geral, sendo a fase criativa ou dos negócios; 3) os “Xátrias”, cujos talentos são de ordem administrativa, executiva e protectora – regentes e guerreiros, tornam-se na fase do guerreiro, quando se quer lutar contra os sentidos e vencer o apego aos mesmos; e 4) os “Brâmanes”, de natureza contemplativa, espiritualmente inspirados e inspiradores, pertencem ao estado de sabedoria, alcançado quando o homem venceu todos os apegos sensórios e permanece conscientemente mergulhado em Brahma, Deus. É o último estado e o mais elevado, o conhecedor de Brahma ou Deus.
Comparativamente, os Sudras são os que não vêem qualquer grande propósito na vida a não ser a satisfação das necessidades e dos desejos do corpo; sendo que tais pessoas vivem para comer, dormir, trabalhar, multiplicar-se e por fim morrer. Milhões de seres humanos vivem hoje na condição de “trabalhadores” ou Sudras – apenas interessados no conforto físico e nos prazeres corporais. O homem que se encontra no estágio Vaixá ou mentalmente activo está sempre ocupado em fazer coisas. Algumas pessoas dessa classe só pensam em negócios; vivem apenas para ganhar dinheiro, e têm o hábito de o esbanjar em diversões sensórias. Todavia, o melhor tipo de empresário Vaixá é naturalmente mais evoluído e criativo por natureza. Entretanto, a terceira classe, ou Xátria, é constituída por aqueles que, tendo passado pela experiência de ganhar dinheiro e de criar algo no âmbito dos negócios, começam a compreender o significado da vida; eles esforçam-se, por meio do auto-controlo, para vencer a batalha contra os sentidos.
Na realidade, o homem Vaixá não faz qualquer esforço para aperfeiçoar o seu interior, sendo que apenas se preocupa em ganhar dinheiro e gerar filhos, reflectindo muito raramente sobre o sentido da vida, a não ser em termos de negócios. Por outro lado, a terceira classe, a dos Xátrias, encara a vida de maneira mais séria. É o tipo de homem que pergunta: “Não será o meu dever lutar contra os maus hábitos e destruí-los?” Ele sente realmente vontade de superar as más tendências e fazer o que é certo. Por conseguinte, após esta explicação, poderemos concluir que todos os seres humanos estão inseridos numa das quatro classificações. Então, se reflectirmos melhor sobre a nossa vida desde a infância, e depois analisarmos cada uma das classes, poderemos descobrir a qual das quatro classificações pertencemos.
Para começar vamos fazer uma análise, a fim de verificarmos se temos sido criativos desde a infância. Por exemplo, algumas crianças têm habilidade para a mecânica e querem abrir e desmontar coisas, para depois voltarem a montá-las. Outras sentem um grande prazer em desenhar, tocar ou ouvir música. Não é preciso ser um grande especialista para verificar quando alguém mostra sinais de criatividade. Até uma música sem grande sentido pode ser produto de uma mente criativa. Aliás, tudo o que se cria, com habilidade ou não, é uma expressão do talento criativo. A aptidão para escrever romances, para representar, para a escultura, pintura, música ou trabalho com máquinas, se for exibida cedo na vida, indica que estivemos no estado Vaixá na vida anterior.
Porém, o reconhecimento de que podemos pertencer a uma das classes menos avançadas, dentro dos quatro tipos de atitude mental, não nos deve desanimar, pelo contrário, é caso sim para nos animar.
(... continua)
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