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O Renascimento Oriental

de Douglas T. Mcgetchin

em 27 Nov 2014

  (...anterior) von Schlegel escreveu, em Bona, ‘ Deverá a literatura inglesa ter o monopólio da literatura indiana? É demasiado tarde. Podem ter a canela e os cravinhos; aquele tesouro pertence a todo o mundo culto.’

Ao longo do séc. XIX, os indologistas alemães louvaram sistematicamente o imperialista projecto britânico na Índia, e continuaram a usar a metáfora da pilhagem para descrever os seus próprios estudos. Em 1857, o erudito berlinense Albrecht Weber sublinhou ‘as pérolas inestimáveis do tesouro cultural literário da Índia’. Em 1897, o Professor de Heidelberg, Solomon Lefmann escreveu sobre ‘ O crescendo de tesouros escondidos…especialmente na Índia, que desde Alexandre tem sido a terra das maravilhas e das sagas. Por isso Sir William Jones acreditava… e um anos depois, em 1789, publicava Shakuntala - um encantador filho miraculoso de um sossegado ermitério, uma pérola rara do tesouro cultural da literatura indiana’.

Relações ancestrais

Além da antiguidade e da beleza, outra justificação que os sanscritólogos faziam para os seus estudos era a defesa da relação única ancestral que existia entre a antiga Índia e a Alemanha moderna. Em 1786, Sir William Jones defendeu o argumento que o Sânscrito era o parente das antigas línguas europeias, tal como o Latim e o Grego. Embora a relação entre os três tivesse mudado mais tarde para uma orfandade fraterna de uma Ursprache (língua original), os indologistas alemães mantiveram que existia uma conexão histórica e cultural com a Índia ancestral, mais próxima dos alemães do que dos outros europeus. A ideia de fortes laços únicos entre a Alemanha e o Sânscrito tornou-se uma parte de uma tentativa nacionalista a fim de estabelecer uma superioridade cultural acima das civilizações greco-romanas e de seus herdeiros franceses. Os estudos do Sânscrito ajudaram a construir a identidade alemã ao longo da sua luta com os franceses, durante e após o período das guerras napoleónicas. Os alemães usaram a Índia para rejeitar o nacionalismo francês e a força da ocupação napoleónica, ao descobrirem as suas próprias raízes históricas e linguísticas. Foi muito importante para os nacionalistas o facto de ligarem linguisticamente uma moderna língua vernácula a um predecessor antigo, uma vez que estavam preocupados com o prestígio da sua própria língua nacional. A augusta herança da cultura mediterrânica considerava a Alemanha como sendo uma língua bárbara setentrional, em comparação com a cultura urbana da Gállia; o Latim era o antecessor linguístico directo do Francês.

Contudo, os estudiosos alemães começaram a defender que a Índia era anterior à Grécia e a Roma, dando, assim, aos alemães superioridade face aos franceses. A teoria de Friedrich Schlegel da evolução regressiva postulou que as línguas degeneravam, ao longo do tempo, de uma forma muito evoluída para estádios mais primitivos: o Sânscrito era a mais pura de todas, seguindo-se o Grego e por fim, o Latim. Os indologistas ampliaram estas históricas conexões linguísticas a um parentesco etnológico, a fim de ligarem os alemães modernos com o que eles viam como suas raízes na Índia ancestral. Em 1823 Heinrich Klaproth criou o termo ‘Indo-Germânico’, de forma a cimentar o significado da ligação linguística da Alemanha com a Índia. Os eruditos académicos mais tarde desenvolveram esta ideia ao longo do séc. XIX. Os jornais, ao relatarem o Congresso Orientalista, que aconteceu em Berlim em 1881, diziam:’ A Índia é a terra de origem da raça alemã e a imigração para a Europa pode ser seguida pela propagação e desenvolvimento da língua que acompanhou os povos errantes’.

Outra forma de reforçar uma ligação indo-germânica foi a de atribuir características semelhantes a indianos e a alemães. Os indologistas alemães alegavam que tanto os indianos antigos, como os modernos alemães, eram cultos. O Prof. Moriz Winternitz defendia, em 1908, que ‘ os indianos eram os eruditos do mundo antigo, tal como os alemães o são agora.
  (... continua) 
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