Homepage
Spiritus Site
Início A Fundação Contactos Mapa do Site
Introdução
Sagrados
Sugestões de Leitura
Especiais
Agenda
Notícias
Loja
Directório
Pesquisa
Marco Histórico §
Guia de Sânscrito
NEW: English Texts
Religião e Filosofia
Saúde
Literatura Espiritual
Meditação
Arte
Vários temas
Mosteiro Budista
pág. 3 de 5
A Escrita Perfeita - Sânscrito

de Maria Ferreira da Silva

em 13 Jan 2024

  (...anterior)

Geralmente o vocabulário usado da maioria dos povos da humanidade é bastante reduzido no que concerne ao aspecto básico da linguagem, até mesmo naqueles que possam ter já graus de erudição superiores; a linguagem fica limitada e cingida apenas à verbalização vulgar quotidiana da vida física mental e psicológica, sem o ideal transcendente. A riqueza do Sânscrito encontra-se nas expressões que revelam não só subtileza de pensamento como a elevação espiritual, pois relaciona-se com o aperfeiçoamento dos seres humanos no seu mais alto nível, que é a identidade de cada um com a Transcendência. Esta junção, que leva a um entendimento ajustado às expressões mais subtis, directas e bem mais objectivas do falar – pois requer que cada um realize a sua própria evolução espiritual - resulta numa compreensão superior das expressões da linguagem mais absorventes e precisas no seu significado. É usado também para designar os atributos, não só de Deus como o que a Ele leva, bem como do que implica a dignidade humana.

O Sânscrito tem esta qualidade quase mágica de elevar o pensamento, não por erudição, mas pela riqueza verbal que purifica a mente e refina a inteligência, fomentando a evolução espiritual, objectivo que faz parte do contexto para o qual esta língua foi criada. De facto, ela é muito completa, pois comporta elementos valiosos de superação humana no seu contexto superior, que é a Realização do Divino de forma inteligente. O Sânscrito, como linguagem tem a capacidade de verbalizar toda a escalada, que, passo a passo, deve ser feita de forma consciente para a obtenção de estados de clareza mental, pois cada estado envolve palavras condutoras de compreensão, plenas de significado e de alto valor espiritual que por si só, elevam naturalmente. É a língua sagrada e que encerra o grande objectivo da vida humana que é a própria realização espiritual.

A vasta e notável literatura que esta língua desenvolveu ao longo dos séculos, baseada no percurso religioso-filosófico, impulsionou milhões de seres dentro e fora da Índia, derivado do seu forte apelo espiritual que inspira à Iluminação. Escrita desenvolvida e preparada para preservar o ensinamento sagrado, contido em fórmulas precisas e elaboradas de forma perfeita para que nada se perdesse quando pronunciadas, recitadas ou entoadas. Era transmitida oralmente de pais para filhos entre os brāhmaṇas, sacerdotes que detinham o seu conhecimento por direito divino.
A origem do Sânscrito é incerta e aparece derivada da escrita Brāhmī, a qual se conhece pela primeira vez na Índia sob a forma de manuscrito perto do séc.VI a.C. Considerada a escrita indiana propriamente dita e, por ter dado origem a escritas posteriores, pode chamar-se “indiana comum”. As primeiras instâncias dos manuscritos Brāhmī surgem de Tamil Nadu no sul da Índia, bastante distantes de Gandhāra no noroeste da Índia, região pela qual teria entrado o povo que a si próprio chamava Ārya (nobre) e que teria trazido uma língua de civilização.

Da mesma forma, também ainda hoje se especula qual a origem da escrita Brāhmī; se de influência dravídica ou semítica, ou se derivada da Karosṭḥi, visto ter o mesmo sistema de reprodução dos fonemas que a Brāhmī. Um dos prākritos mais antigos é o Pāli, escrita usada nas escrituras budistas (Canon Pāli) com sérias semelhanças com o Sânscrito, mas simplificada com um sistema de transição fonética peculiar à Índia. Também as escrituras jainas mais antigas foram registadas na língua Prākrita chamada de Semi-Magadhi. Foram usadas outras variedade de prākritos sendo comum o emprego do Sânscrito no Jainismo a partir dos séculos VI/VII d.C.
Segundo a lenda, a escrita Brāhmī foi criada por Deus (Brahman). Escrita que se pensa ter sido usada por brāhmaṇas cultos que conheciam a fonética devido à transmissão oral da palavra sagrada nos hinos védicos, base dos rituais.
  (... continua) 
topo
questões ao autor sugerir imprimir pesquisa
 
 
Flor de Lótus
Copyright © 2004-2024, Fundação Maitreya ® Todos os direitos reservados.
Consulte os Termos de Utilização do Spiritus Site ®