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Uma conversa com amigos

de Ajahn Sumedho

em 27 Fev 2016

  (...anterior) Se Ajahn Chah ou Mahasi Sayadaw cá viessem a um retiro, e vissem as pessoas a praticar - o que estavam a fazer -, e ouvissem as orientações, sentir-se-iam muito familiarizados com tudo, e assentiriam com a cabeça dizendo: “ Está correcto, foi isto que ensinámos.” Todavia, as mudanças culturais à sua volta foram muito importantes. Uma, como disse Ajahn Sumedho, foi a mudança de ‘lutar contra’, e ‘esforçar-se por’ (o que muitas pessoas usam para se julgarem, e se atarem com nós) para uma ênfase muito mais profunda de relaxamento e descoberta. E também o ensinamento tem sido mais baseado no sabor de mettā e compaixão, porque mais uma vez, as pessoas carregam consigo uma grande carga de sofrimento e de traumas. Sem esses elementos de compaixão e de mettā, torna-se muito difícil aquietar-se e ver com clareza.

WN: Pretende dizer que, em geral, os ocidentais carregam mais carga psicológica do que os asiáticos?
AS: Diria que a maioria dos ocidentais se auto desprezam e se autocriticam muito mais, enquanto os asiáticos não o fazem, ou não têm tendência a fazer dessa maneira. E também a culpa, por exemplo - toda a gente que conheço e a quem tenho ensinado sofre imenso de culpa. Quando se fala com os tailandeses, ou com o Dalai Lama (§), nenhum deles tem este problema. De facto nem percebem porque é que isto é um problema para nós.
JK: E também existe uma certa qualidade de espaço. Nos primeiros anos de treino e prática, as formas são muito importantes. Tal como Ajahn Sommai, penso que todos nós, de alguma maneira, usávamos as formas, porque éramos como barcos sem leme. Mas passado algum tempo, passei a…

WN: As formas do tipo: observar a respiração?
JK: Como seguir a respiração, como caminhar, como sentar, como praticar seja de que forma for, até fora dos retiros. Como seguir os preceitos, da forma rígida de o fazer, está a ver? E só depois se torna novamente evidente que as formas são upāya, estratégias. E o que Ajahn Sumedho tanto ensina nos retiros sobre a atitude sábia ou correcta, ver que a liberdade é possível sob uma perspectiva espacial, e depois usar quaisquer formas para ajudar a descobrir isso, ou incorporar isso – é uma mudança de ênfase da técnica e da luta por algo, para descobrir o que Ajahn Chah chamava ´jit derm´, mente original, ou ´poo roo´, aquele que conhece a sabedoria inata. Todavia, todos nós, os ocidentais, procurávamos a técnica para começar, porque tal nos levaria à ´iluminação´.

WN: E talvez tenha começado por aí mesmo.
JK: É bom começar por uma técnica. Mas consoante se vai amadurecendo, compreende-se que as técnicas não são mais que instrumentos para ajudar a regressar ao que ele estava a ensinar desde o princípio, que é: confiar na nossa natureza original, e a abertura da consciência em si.
RK: Reparei, no retiro da última semana, que o senhor (Ajahn Sumedho), na verdade, mal nos mencionou (ao grupo) a palavra mettā, embora cantássemos o Mettā Sūtta. Em contraste, há geralmente uma ênfase específica, nos períodos da meditação guiada, com instruções e sugestões elaboradas do começo e do fim da meditação, colocada em mettā. Mas noto que se foca mais nos ensinamentos de sabedoria, como uma forma de aceder ao amor compassivo. Poderá falar um pouco mais disto, dado ter mencionado a natureza das nossas mentes críticas, e de usar a sabedoria como um caminho, mais do que focar-se primeiro em mettā?

AS: Na verdade, pela minha prática, penso que mettā e sabedoria como que andam juntas. Embora ensine mettā, o meu interesse principal está na realização, fazer com que as pessoas desenvolvam perícia no reconhecimento e na consciência. É isto que eu enfatizo. Mas claro que mettā é igualmente uma forma hábil de o fazer, porque relaxar e confiar, é o resultado da prática de mettā para consigo próprio. O sentido de perseverar no bem-estar, no não-batalhar, no auto-respeito, e coisas deste tipo, provém da essência de mettā.
  (... continua) 


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