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Mosteiro Budista
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Por fora e por dentro

de Ajahn Jayasaro

em 14 Mar 2019

  (...anterior) Mas o tipo de mérito mais importante vem da prática do Óctuplo Caminho, particularmente da prática da meditação. Meditar com regularidade implica comprometer-se no cultivo das competências da vida. Significa responsabilizar-se directamente pelo abandono das causas do sofrimento, e por exponenciar a paz, a sabedoria e a compaixão. Como a meditação é que efectua a maior transformação da mente, ela é o mais portentoso gerador de mérito.
O Buda ensinou que os frutos do mérito não terminam na morte, mas contribuem para um bom renascer. Embora o Buda enfatize a importância da libertação do ciclo do nascimento e da morte (saṃsāra), também reconhece que, para aqueles que não estão preparados para tal caminho, a acumulação de mérito como benefício desta e doutras vidas futuras é uma via compreensível (e nada pouco inteligente) a seguir.

Por vezes afirma-se que o Budismo é uma ciência. O que é que isso significa ? (19)
Existem semelhanças entre as práticas contemplativas budistas e o método científico, na rejeição da fé cega e na ênfase da investigação imparcial dos fenómenos, essencial a ambos métodos de investigação. Contudo, também há diferenças. Nas suas investigações, a ciência limita-se a estudar tudo quanto é publicamente verificável, possível de medir, e que pode ser repetido sempre que se deseja. A investigação introspectiva levada a cabo pelos praticantes de meditação budistas não o é. Actualmente a maioria dos cientistas assumem, como premissas básicas do seu trabalho, um número de asserções não comprovadas, com as quais os budistas não concordam. A mais notável destas é a crença que a mente é um fenómeno meramente criado pelos trabalhos do cérebro.
As hipóteses e as teorias surgem na mente humana - não são embebidas no mundo externo. A experiência subjectiva é a característica principal da nossa vida. A contenda budista defende: qualquer busca das verdades perpétuas que ignore este facto, ficará para sempre votada ao sucesso parcial.
Apesar destas e doutras diferenças entre o Budismo e a ciência, há que reconhecer que muitos budistas sentem que os seus pontos de vista estão em maior consonância com os dos cientistas seculares, do que com a visão da maioria das outras tradições religiosas.

Será o Budismo uma religião pessimista? (20)
Pessimismo, numa acepção mais comum, significa “uma tendência para ver o aspecto pior das coisas, ou acreditar que vai acontecer o pior; uma falta de esperança ou de confiança no futuro”, e sob uma perspectiva filosófica: ” uma crença de que este mundo é tão mau como deveria de ser, ou de que o mal, em última instância, prevalecerá sobre o bem”.
Nenhum destes significados se aplica aos ensinamentos budistas. O Buda ensinou que tudo quanto surge desaparece de acordo com as causas e as condições. Se, numa determinada situação, prevalecerem as causas e as condições para que aconteça o pior, então o pior acontecerá; se prevalecem as causas e as condições para que aconteça o melhor resultado possível, então surgirá o melhor desfecho. Ele enfatizou que se deve aprender a ver tudo com clareza, em vez de se adoptarem atitudes unilaterais.
O Buda, ao compreender a natureza causal dos fenómenos, não postulou valores absolutos de bem e de mal, opondo-se entre si numa guerra sem fim. Por isso, há que descartar a ideia de ele ter ensinado o triunfo final de um dos lados da luta, coisa que, primeiro de tudo, ele não reconheceu existir. Os budistas defendem que, se uma chávena de chá tiver um sabor salgado, mesmo que seja o mais desagradável possível, não é uma evidência de um universo essencialmente maligno. É simplesmente o resultado de alguém que se enganou no recipiente, pegando no do sal, em vez do açúcar.

Mas afinal o Budismo não trata só do sofrimento? (21)
O Buda disse que, todos os seus ensinamentos, tradicionalmente contados como 84.000, se poderiam reduzir a apenas dois: sofrimento e o fim do sofrimento.
  (... continua) 
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