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Exaltação espiritual

de Maria

em 17 Ago 2008

   Exaltação espiritual deriva da vivência constante em Deus. Significa a integração no Divino, onde o estado estabelecido é o de paz perfeita como do contentamento permanente, em que a acção e a inacção são movimentos indiferenciados e ultrapassados pela tranquilidade da mente e do coração. Exaltação é viver em estado desperto, sem dispersão, feliz no silêncio, sereno na multidão, pleno na solidão. É um estado conquistado resultante da fé e da devoção, mas sobretudo da realização inteligente, directa de Deus.


Diz no Avadhuta Gītā (O Canto de Avadhuta):
«Aquele que não se apoia em nada, que está constantemente absorto em meditação, que se libertou de todas as ideias de mérito ou de falhas, se funde em Brahman. Não há nenhum outro meio de levar a cabo esta unicidade».

Esta certeza da Sua Existência, pela ligação directa e constante, constitui por si só, um grau elevado de expansão de Consciência através da qual flui espontaneamente o amor irradiando luz e serenidade, numa fusão, eclipsando a dualidade. Não é a convicção de que Ele existe, mas a certeza inteligente imbuída da União. Dirá então o realizado: Eu Sou!

Kaṭha Upaniṣad:
«Considerando como Deus aquele difícil de ver, que ficou oculto, colocado em lugar secreto, por meio da meditação sobre o Ātman, o sábio deixa para traz alegria e dor».
A Exaltação espiritual resulta, então, da comunhão com a Fonte na tranquilidade da certeza. O conhecimento de Deus é o único porto seguro da vida humana, e que garante uma vivência directa, plena e livre. A realização e o conhecimento directo de Deus conduz à liberdade do homem e o homem é livre quando O conhece.

Diz também Abhinavagupta:
«Saborear (Rasa, deleite) é entrar em si mesmo».
Viver em exaltação espiritual é viver na pura consciência saboreando a sua própria essência ou felicidade, produzida em si mesmo, tal amṛta, e que provoca ressonâncias em todo o organismo psico-físico e espiritual. No Tratado sobre Rasa de Abhinavagupta (filósofo do século IX da linha devocional de Kāshmir), são considerados os aspectos de saber e sabor. O saber envolve o conhecimento que cabe dentro de um contexto de estudo, práticas espirituais e formas de devoção de entrega absoluta à Divindade, e o sabor representa o resultado desse saber, que provoca interiormente (nas células do organismo) o deleite em si mesmo, fruto dessa realização que finda num saborear-se…
Não só é uma entrega mística, submissão, mas também o conhecimento dessa entrega numa unidade transcendente, saboreada, testemunhada dentro da própria vida, que oferece a esta, uma nova dimensão de Consciência. É o gozo divino de Śiva e Śakti no Hinduísmo, do Pai e do Filho no Cristianismo, do Profeta e Deus no Islamismo. É Ānanda pura, a beatitude, a suprema felicidade descrita por tantos místicos e iluminados tanto do Ocidente como do Oriente. Ela é o deleite místico, o samādhi que se identifica com essência embriagadora, que brota da pureza da própria natureza do Ser. É a fonte natural da felicidade despoletada na sua própria essência, como o princípio criador do Ser.
Citamos como exemplos Santa Teresa d´Ávila e Rāmakhrisna:

S. Teresa d´Ávila:
«… Não se pode dizer mais, quanto podemos entender, senão que fica a alma, digo, o espírito desta alma, feito uma coisa com Deus; e que, como ele também é espírito, quis Sua Divina majestade mostrar o amor que nos tem, dando a entender a algumas pessoas, até onde chega esse amor, para que louvemos sua grandeza…».

Rāmakrhisna:
«Aquele que provou a doçura da felicidade divina, não encontra felicidade alguma nos vulgares prazeres deste mundo».
«Mergulha profundamente no oceano do amor divino. Não temas. É o mar da Imortalidade».

Concluindo, é assim que o fogo do êxtase se expressa na exaltação do amor divino que “tocado”, vivido ardentemente irradia para além de si mesmo, iluminando, tal fogo espacial as consciências em redor. O que subjaz de facto, naquele que realiza a sua própria essência, como repercussão futura, é o amor e o poder divino que transporta e vive no aqui e agora.

Nota: Avadhuta Gītā é um texto de aforismo do Vedānta sobre a realização espiritual.
     


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