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A indiferença

de Maria

em 27 Dez 2011

   Muitos dos obstáculos à felicidade devem-se aos condicionalismos mentais que herdamos do nosso passado, seja de vidas anteriores, seja dos progenitores que definiram determinada conjugação genética, seja pela personalidade que vamos construindo, caracterizando a nossa mente ou aquilo que somos como um Eu. Pensamos ser determinada personalidade a qual assenta na forma como vemos o mundo e o interpretamos, sempre de acordo com o estado de consciência que fomos estruturando resultante da vivência ora feliz, ora infeliz que a experiência nos vai resgatando. Vamo-nos construindo pessoalmente, tão íntimos com nós próprios, que por vezes, até o sofrimento é aquele refúgio de conforto intimista, onde nos sentimos protegidos no silêncio e no isolamento com receio do mundo e das pessoas. Refugiamo-nos num mundo muito particular, o nosso interior, para nos precavermos contra as críticas e confrontos de ideias com os outros; não somos capazes de sermos indiferentes às opiniões alheias.


A indiferença, não como um modo de desprezo e negligência, mas de distanciamento emocional, resulta do despojamento de si, pela realização espiritual, que através da sublimação transmuta a personalidade, ajudando então, gradualmente, a desbloquear os nossos condicionalismos mentais, expandindo a Consciência. Esta forma de indiferença libertadora dos medos, dos outros e de nós próprios acontece, quando empreendemos conscientemente a caminhada humana e espiritual no alcance de estados superiores de Consciência. De facto, a mesquinhez dos problemas não nos afecta mentalmente, ao tornarmo-nos indiferentes a eles, não por desdém ou fuga, mas por transformação interna na realização nos valores superiores, mais de acordo com a atitude espiritual de sermos Ser.

A demanda espiritual consiste numa contínua transformação e, principalmente, quando apoiada na prática da meditação, leva espontaneamente ao desapego e à renúncia do inútil, libertando a mente cada vez mais dos apegos mentais, emocionais e sentimentais para atingir certas dimensões de Consciência, pois o que impedia a felicidade foi removido, ganhando-se indiferença pelo passado.
A liberdade de expressão e de acção a partir da realização espiritual será sempre benéfica para nós e para os outros e dá-nos a capacidade de sermos indiferentes ao mesquinho e ao inútil sem medos da opinião dos outros. Os outros são a fonte dos nossos medos e inseguranças, mas com a realização espiritual, esses obstáculos esboroam-se, libertando a mente e o coração, que antes, oprimidos não podiam irradiar a plenitude, nem do pensamento, nem do amor. Só a realização espiritual dá aquela indiferença que nos permite “dar a cara”, indiferentes ao que os outros pensam e das ideias que eles formaram de nós. A indiferença resulta da purificação, do aperfeiçoamento e do desapego aos conceitos que condicionam a mente; quanto mais sublimação, mais clareza mental e segurança em nós mesmos conferindo um poder de agir e de pensar para o bem de todos e, num aspecto mais elevado, cria aquela harmonia que é inerente à equanimidade.

Uma das bases mestras dos ascetas jainas da tradição milenar da Índia é a indiferença, estado e condição natural daquele que alcança o estado de kaivalya, que representa um estado de “suspensão” em relação à matéria. A indiferença pela forma ou corpo e pelas condições de frio ou calor, sofrimento ou felicidade, apreço ou desprezo dos outros, faz parte do que se despoja de si mesmo e do mundo, numa escalada libertadora rumo ao Nirvāna.

Votos de feliz realização humana e espiritual para o 2012
     


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