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Ondas de Som

de Maria

em 17 Fev 2013

   Só silenciando oiço o tic-tac do relógio. Neste espaço (escritório em casa), onde geralmente há um “ruído de fundo” ora pelo trabalho de escrita no computador, ora de telefones que tocam, nem me apercebo do barulho nostálgico do contador de horas. Chamo-lhe nostálgico porque ao ouvi-lo há um sabor de vazio, como se o tempo ficasse interrompido e se confinasse ao momento presente, sem os lastros do passado ou preocupações do futuro.

Na verdade, este tic-tac consciencializa-me do silêncio, não só o do espaço, como o da minha mente. Posso assim ouvir algo mais que vem desse assombroso silêncio; notas de música ou ondas de luz que emergem do coração sereno e da mente silenciosa. Tal como os sons musicais que se repercutem como ondas ao saírem do dedilhar nas cordas da harpa ou das teclas do piano, este silêncio interno, pode irradiar e expandir-se em vibrações para oitavas superiores numa comunhão universal ou mesmo cósmica de unidade.

Neste silêncio onde apenas o relógio marca presença, permite à minha mente harmonizar-se com as batidas sonoras do tic-tac, que reverberam espacialmente, onde o poderoso silêncio ditando o ritmo deste tic-tac no tempo, acaba por perde-se na eternidade. Ele vai-se repercutindo em sons ondulantes que ecoam em dialogantes vibrações pela Natureza, espraiando-se pelo Espaço-Tempo dando-me uma dimensão do real atemporal ou de infinito.

A inspiração criativa pode surgir deste silêncio que ressalva as ondas de som vibrando por escalas exponenciais desconhecidas, envolvendo o pensamento para além desse monótono tic-tac no tempo.

De facto, quando a mente fixa a sua atenção, mesmo em coisas tão simples como um bater de ponteiros dum relógio, pode impulsionar pensamentos libertos dos condicionamentos do quotidiano e alçar-se aos arquétipos superiores fluindo nas ondas de luz e de sons espaciais. Esses momentos podem ser detonadores para compreensões profundas, dando então, um novo sabor e directriz à vida. É só preciso aprender a ouvir os sons simples, que no entanto, se podem tornar sublimes, dependendo do momento, do estado de consciência e da necessidade de aprendizagem, quer venham dos acordes da harpa ou do compasso sonoro dos ponteiros do relógio.
     


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