Tav poderá vir a encontrá-lo, esteja preparado. Quando, aninhado no seu manto turquesa, se sentir elevar e irradiar até um vibrante azul noturno, é chegado o momento. Está na hora de percorrer o caminho, a direção que o seu ser já tinha pressentido como correta. Lembre-se, no entanto, que essa decisão terá que ser sua, pois tem livre-arbítrio. Não receie ser abandonado qualquer que seja a sua escolha pois, ao fechar os olhos, sentirá sempre o esvoaçar do véu de Tav. Tav, originária dos mistérios da noite e da lua, materializou-se na última letra do alfabeto hebraico, com um valor numérico de 400.
Será difícil a muitos (os visados neste artigo) aceitarem alguém a desmistificar e a desmontar estruturas ilusórias e deslumbrantes criadas por falsas crenças sobre o que é o caminho espiritual, ou a via da auto-realização; este estado último, que nos sistemas filosóficos/religiosos se dá o nome de Iluminação, de Nirvāna, de Samādhi ou de Graça Divina Assim, ao longo dos anos a acompanhar a escalada que o reiki fez ao nível global, já que foi divulgado em todo o mundo, assisto infelizmente (contado pelos próprios praticantes de reiki) às desilusões de tal prática e o pior à insatisfação interna e espiritual que desencadeou um falso sentido de via espiritual. E ainda mais; o reiki deu poder e ele está sendo usado pessoalmente como forma de manipulação entre muitos.
Há períodos das nossas vidas em que nos encontramos perante uma encruzilhada – não faz sentido continuar pelo mesmo caminho mas tememos o outro lado, o horizonte vazio. Tropeçamos constantemente em pedregulhos, do solo saiem troncos de árvores que nos armadilham e fazem cair, perdemo-nos num emaranhado de caminhos, cada vez mais confusos, sem vermos saída em nenhum deles. Estamos a perder o chão.
Como evocação ao Infinito estes aforismos dão-nos de uma forma condensada frases directas e profundas que se destinam à reflexão, mas também à contemplação.
Ateado o fogo na lareira queimei, uma a uma, as trinta páginas escritas. Cada qual continha apenas uma ideia, recriada em cada um dos dias do mês que findara. A chama elevou-se tripartida, por entre o lenho e os toros secos. Três vezes parei, para intercalar a queima do papel com folhas e raminhos sobrantes do Outono anterior, que esperavam pacientemente a sua vez. Cada uma das páginas registava um conceito ou uma ideia de paz. Este exercício foi-me sugerido por alguém, que igualmente me instruiu para que, depois de terminada a tarefa, lesse tudo o que tinha escrito e, em seguida, fizesse desaparecer todos os registos. “Porquê?” – perguntei. “Para que não sobreviva qualquer intenção de ego” - respondeu. Acrescentou que, depois disso, qualquer coisa se alteraria em mim de forma qualitativa, e que eu não voltaria a ser a mesma.