Se existe uma força que congrega os seres humanos num objectivo comum para se harmonizarem num ideal é sem dúvida a religião. Seja ela qual for, desde a cristã, à budista, à islâmica, a religião tem a força da união. Os budistas reúnem-se religiosamente no Vesak, a festa que celebra o nascimento, a iluminação e a morte do Buddha. Os muçulmanos numa grande peregrinação religiosa dirigem-se a Meca para homenagear o profeta Maomé e, os cristãos de todo o mundo unem-se em pensamento, portanto em fé, para comemorar o nascimento de Cristo.
Ao observar a natureza, facilmente damos conta do sol e da lua, do dia e da noite, do claro e o do escuro. Estas duas polaridades também se manifestam em nós sob muitas formas, como alegria e tristeza, energia e cansaço, luz e sombra etc. Vivemos portanto num mundo de polaridades, dualidade ou opostos, num movimento que busca equilíbrio. No fundo, sob muitas e variadas formas, é este o trabalho que consciente ou inconscientemente iremos fazer, durante o tempo das nossas vidas.
Antigamente escrevíamos cartas à mão. Podemos dizer que era uma manufactura, desenvolvida nas várias fases de fabrico artesanal .Evocávamos o destinatário mentalmente antes de começar, permitindo-nos vê-lo, ouvi-lo, cheirá-lo, tocá-lo e por vezes saboreá-lo. Começávamos depois a construir ideias sobre o que lhe queríamos dizer ou transmitir, num processo em que uma ideia desfiava um sentimento, seguia-se outra ideia que desfiava outro, dava-se uma laçada e tínhamos um ponto. Seguia-se outro ponto e outro e, sucessivamente, o nosso tricô era elaborado com princípio, meio e fim.
Ainda hoje há quem sinta falta de liberdade, no entanto, esse sentir depende, da forma e da direcção que cada um dá à sua própria liberdade. Uma coisa é a liberdade de expressão verbal e de acção como indivíduo na sociedade e outra são os condicionamentos sentidos em relação à própria liberdade interior. Para ambas as situações e, primeiro que tudo, convém saber o significado da palavra liberdade.
Embora o nosso percurso de vida seja único e irrepetível, não se compadecendo com imitações baratas, por vezes, na nossa vida, necessitamos de uma orientação, de um apoio ou de uma inspiração. Nessas alturas, não somos capazes de ver a luz ao fundo do túnel, nem de nos distanciar das situações. Precisamos de alguém que nos dê a mão para treparmos um pouco ao céu e, pairando, nos observarmos a nós mesmos.É necessário procurar uma fonte de onde brote água cristalina, uma luz que ilumine o caminho ou um discurso em que se entrelacem os medos e anseios que nos atormentam. Procuramos amigos, psicólogos, terapeutas ou grupos que apregoam as suas verdades e que, “graças a deus”, nos podem tranquilizar. Temporariamente.