Consciência é ‘relação’. A forma como nos relacionamos com os outros e connosco mesmos define a totalidade da nossa consciência. Consciência é uma realidade que pode ser vista sob dois grandes prismas, nomeadamente a faculdade perceptiva e a ética. Ao amalgamar estes dois princípios num só, obtemos aquilo a que podemos denominar ‘relação’, precisamente essa que detemos com a vida.
A meditação é, simplesmente, uma atitude mental. Independentemente do seu aspecto religioso ou espiritual é da mente que surge a capacidade de se obter o que se quer, e sendo um acto mental se for acompanhado de fé, amor e devoção na meta do Divino, torna-se sim, naturalmente, um acto religioso ou espiritual. Podemos, de facto, levar a mente para onde quisermos, mas se a elevarmos para esferas superiores ou espirituais, então, desenvolve-se a capacidade não só de contemplar, mas principalmente meditar. Treinada a mente neste sentido, será cada vez mais fácil fazer assiduamente essa ligação, estabelecendo deste modo, a verdadeira integração na Unidade por vontade própria.
Que no próximo Ano possa soar o Mantra, que do Cosmos tenha a autoridade de influenciar a humanidade a maior fraternidade. Um mantra é uma combinação de sons, palavras e frases que mediante certos efeitos rítmicos produzem resultados distintos, impossíveis de obter separadamente. Cada sílaba, ou frase tem um poder secreto, com aplicações a determinados fins quando emitidas com objectivos, sejam construtivos ou destrutivos. O poder do mantra depende da autoridade do autor, seja de pessoa comum, de um Iniciado ou de algum Ser Cósmico, cujo alcance depende, naturalmente, da força do emissor, seja para o bem, seja para o mal.
Perante tanta adversidade à paz no mundo, parece uma hipocrisia uma declaração de felicidade para esta época natalícia, pois muitos seres humanos estão debaixo de fogo dos misseis, sem as necessidades básicas, como a água, a electricidade para se aquecerem num inverno gelado, sem a luz do dia, escondidos em subterrâneos como criminosos. Será difícil sentir alegria, mesmo numa época religiosamente festiva, para comemorar o nascimento daquele que se sacrificou para dar a “Luz ao mundo”. É, contudo, baseando-se neste Ser, o Cristo que se faz a guerra invocando (assim o fazem os dirigentes russos) as bênçãos cristãs. Pobre humanidade!
Uma autobiografia, sendo uma história narrada partir da perspectiva pessoal torna-se obviamente, um acto egocêntrico. Mas não pude fugir desta norma, por considerar que tinha algo incomum para partilhar, podendo inspirar ou influenciar outros na coragem e determinação dos desafios que por vezes temos de enfrentar, afrontando a própria sociedade como um dever. Por isso, acabei por considerar importante o meu testemunho para quem traz alguma competência, ou mesmo missão e tem receio das suas intuições.