Fundação Maitreya
 
Pensar Inteligente

de Maria

em 14 Mar 2011

  «A Terra rodopiou tanto que a Lua não resistiu à fúria dos ventos e, aos trambolhões começou a descida até à Terra, não sem os esforços dos Arcanjos e dos Anjos que em vão tentavam amortecer a queda com as suas asas. A queda foi tal e o redemoinho tanto, que a água transbordou dos oceanos para fora da Terra alagando o Cosmos. Aflitos os Senhores do Karma, aproveitando as águas, meteram-se num barco a toda a velocidade, cosmos fora, para segurar os restantes planetas com medo que também entrassem em colapso provocando um catastrófico desastre no Sistema Solar…»

Isto é pura ficção ou uma visão futurista? Na realidade, fazemos parte de mundos incontáveis e desconhecidos, onde tudo pode acontecer.

Estamos confinados a um ciclo de vida terrena dependentes de uma estrela que é o Sol, mas pertencemos a um ciclo maior que é o Sol na Via Láctea inserindo-nos numa grandiosa dimensão espacial, como ainda pertencemos a uma outra dimensão cósmica, que é a interacção com outras galáxias. Naturalmente que, a acompanhar o movimento celeste, estão também diversas dimensões de inteligência conforme as dimensões da existência espacial e atmosférica. A inteligência é assim, uma faculdade cósmica, uma medida de longo alcance, inerente também ao ser humano, que, se for desenvolvida no sentido expansivo de compreensão e entendimento para além das limitadas visões ou horizontes terrenos, dar-lhe-á um conhecimento dos elevados níveis existentes de inteligência cósmica. Desta forma, com a inteligência terrena mais desenvolvida, capacitamo-nos a abarcar outras dimensões de consciência-inteligência.
O que de infinidade nos oferece a nossa capacidade mental!...

Antigamente, tanto os filósofos como os teólogos conciliavam as suas ideias baseadas na observação da natureza (universo) e na sua relação com o homem –era um todo – hoje a ciência tenta isolar a natureza tendo-a como um mecanismo, não levando em conta que o homem faz parte intrínseca desse todo. Há uma estreita conexão, entre o homem e o Cosmos impossível de separar, em que a humanidade é influenciada pelo Cosmos e o Cosmos (natureza) é influenciada pela humanidade. Para compreender mais profundamente esta interacção, a ciência precisa duma análise mais profunda para poder definir com mais objectividade o papel do homem no Cosmos, na Terra e em si mesmo.

Ainda há muita incerteza, de facto, quanto ao que significa inteligência. Segundo os especialistas certas capacidades mentais do homem/mulher declinam com a idade, outras melhoram dependendo do uso que fazem da mente perante os desafios impostos pelo dia-a-dia, pelos quais a inteligência é a única responsável. Dizem também, que nas pessoas nas quais se integra mais inteligência é porque os neurónios estão mais interligados através das sinapses, permitindo uma comunicação mais rápida e eficiente. Diremos nós, que eficiência na comunicação é importante, mas a rapidez de resposta nem sempre é sinal de mais inteligência. A exposição clara de ideias, isso sim, é um dos pontos fundamentais que demonstra inteligência, mas também a interpretação dessas ideias quando assentam num nível superior de discernimento e de compreensão pode dizer-se inteligente. A inteligência depende do seu alcance no entendimento.

(Porém, convém esclarecer que a projecção de ideias e de acções com fins perversos e egoístas, resulta de esquemas mentais desviantes que, embora possa parecer que provêm de níveis especiais de inteligência, não passam de uma forma astuciosa de manipulação).

O que define Inteligência é o nível do pensar e actuar, em que a capacidade de inteligência depende do nível de expansão da Consciência. Assim, quando há um nível superior de pensamento é porque existe uma mentalidade aberta, avançada e espiritual – e, quando se integra já uma Consciência espiritual há um nível de inteligência diferente pelo alcance de outras dimensões. Deste modo, quando o homem chega a determinado ponto de evolução, tendo alcançado o seu aspecto criador, vendo-se conscientemente como um ser divino, a sua posição frente à vida e aos princípios mais primários muda, pois actua sob leis internas onde a ênfase do seu propósito é a criação mental e não nas percepções e nas emoções que dependem dos sentidos. Na evolução mais adiantada do reino humano a criação baseada na reprodução, tal como a conhecemos, fica suspensa. Fica emancipado totalmente do reino animal. (Todo o processo de reprodução é compartilhado com o reino animal). A vida passa a manifestar-se como resultado de impulsos mentais e a reprodução a realizar-se pelo processo de consecução e energia.

A mente humana ou o pensamento tem uma capacidade infinita no que toca à expansão do pensar e do criar. Entre a inteligência artificial e a inteligência humana, por exemplo, existe um fosso maior do que entre a inteligência animal e a humana. A inteligência artificial é dotada de um conjunto de factores apropriado de um mundo finito de instruções, criada de forma material não ultrapassando a inteligência do próprio criador, e a inteligência animal carece geneticamente de elementos biológicos capazes de fomentarem ligações cerebrais que capacite a pensar, a elaborar e a criar e, principalmente, a comunicar fora dos limites do próprio habitat, ou seja, na interacção do animal com o homem através da fala. Não obstante, Inteligência tem um significado lato e abrange categorias ou escalas da própria natureza, onde animais e até plantas, também demonstram capacidades inteligentes.

Contudo, a Inteligência humana é o factor integrativo de um mundo infinito de criatividade, sendo impossível prever a capacidade mental do homem já que os seus mecanismos oferecem incontáveis variações nas ligações sinápticas e mesmo a clareza e a força mental dependem de muitos factores, como o ambiente, a alimentação, o sono e das demais funções cognitivas. Pode-se nascer com boas capacidades mentais, mas pelas circunstâncias de viver, adversas ou pouco estimuladoras intelectualmente, elas serem bloqueadas, abafando o verdadeiro valor inteligente – por vezes os jovens acabam por “destruir” ou “minar” as suas capacidades intelectuais com o álcool, a droga, sexo excessivo ou emoções radicais. A inteligência depende do uso mental ou da capacidade cerebral. Desenvolve-se a inteligência se o objectivo de aprendizagem for o melhoramento de carácter no sentido de aplicar a vontade, o altruísmo, a determinação, que são aspectos fundamentais para se desenvolver inteligência. Quando a criança entra para a escola começa uma escalada de desenvolvimento do cérebro e da inteligência. Aprender, estimula os mecanismos cerebrais, mas na restante duração de vida é fundamental não só fazer uso do que se aprendeu, como continuar a aprender – estar atento à aprendizagem, desenvolve a inteligência.

Pensa-se erradamente que se pode medir a inteligência com jogos sobre o saber, obtendo respostas prontas e acertadas a um qualquer questionário intrincado para avaliar as funções intelectuais. Contudo, são factores momentâneos de atenção (responder a testes) que dependem do ambiente, do humor e da disposição mental, que podem constituir sérias barreiras às respostas.
A inteligência é um factor acumulativo de atenção pela depuração do pensamento e da acção correcta, (não tem a ver com a moral), pelas necessidades que um indivíduo tem consigo mesmo e com a sociedade que o rodeia e, também relativo ao seu próprio cumprimento de karma ou destino de vida. Assumir algo, como por exemplo, “bom se tenho de fazer isto, então é melhor que o faça bem feito ou conscientemente” – só esta atitude ajuda a desbloquear as defesas mentais e emocionais que se interponham à clareza e pureza de intenções.

Não há maior bem-estar do que sabermo-nos inteligentes pela natural clareza mental, discernimento, capacidade de raciocínio e de decisão. A confusão mental é sinal de abuso das faculdades humanas, seja pelo esforço físico ou mental, seja por emoções descontroladas ou desejos insatisfeitos. Nada melhor do que direccionar a mente para propósitos benéficos para si e para os outros, pois de uma forma espontânea, a inteligência sobressai - a felicidade flui…
Quanto mais responsável, mais inteligência se pode desenvolver, isto porque os mecanismos cerebrais são impulsionados pela vontade a gerar maior interacção entre os neurónios através das sinapses, despoletando as áreas menos estimuladas. Tudo depende (a inteligência) do estímulo. Os “movimentos” dos neurónios dependem dos estímulos da vontade que por sua vez desencadeiam a produção de aminoácidos que vão afectar naturalmente todo o sistema psicossomático. Aprender, estimula a inteligência.

Qualificar-se, por exemplo, é decidir abster-se de algo que pode constituir vício ou habituação, como o fumar, mas também outros hábitos prejudicam o cérebro, como uma má alimentação (carne, fritos, açúcar, má conjugação de elementos, etc.). Quando se decide eliminar o que prejudica, ganha-se nova força mental pois “largou-se” a causa do desejo e isto liberta o cérebro de um mecanismo condicionado, antes subjugado à obsessão de obter algum prazer que foi constituindo um hábito pernicioso à mente e ao Espírito.
Transformar o pensamento em actos que possuam um sentido correcto e útil, é uma atitude e uma força inteligente.
   


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