Fundação Maitreya
 
A Face de Deus

de Igor e Grichka Bogdanov

em 10 Mai 2011

  «Uma obra fundamental para compreendermos que, por vezes, a ciência se confunde com a mais elevada espiritualidade. Este livro aproxima-se, como nunca antes, desse mistério supremo: o próprio instante da criação do Universo».
«Tomado de vertigem perante essas imagens impensáveis vindas do fundo do espaço e dos primórdios do tempo, pormenores luminosos que datavam da criação do universo…”de repente solta uma frase que ninguém esperava: Para os espíritos religiosos é como ver a face de Deus”». «Mas para além destas poucas palavras, qual é o fabuloso segredo que se esconde por detrás do "bebé Universo"? Porque terá Smoot visto aí a face de Deus?»


Onde buscar a face de Deus?

«Num fim de tarde sombrio de Novembro de 1990, na rua de Fleurus, regressávamos, na companhia do filósofo e académico Jean Guitton, de um passeio de Outono pelos arvoredos do Luxembourg. O vento transformara em pó as nossas certezas do momento, e, subitamente, o velho pensador cristão, impedindo o chapéu de escapar na borrasca, perguntara: «Como é que Deus…» O resto da frase perdera-se na tempestade. À beira do abismo, ele tinha então retomado: «Como pode Deus aparecer-nos no cosmos?» Esta pergunta levada pela noite estaria no centro da pequena obra que escrevemos juntos, Deus e a Ciência.

Estranhamente, a mesma pergunta regressou aos nossos ouvidos dois anos mais tarde – mas desta vez sob uma forma científica -, quando, em Abril de 1992, George Smoot procurou fazer-nos compreender aquelas imagens iluminadas pela primeiríssima aurora do Universo. Uma visão vindo do abismo, de um infinito tão profundo, que não podia ser comparada com nada, senão com a face de Deus. Aliás, cortando todas as vazas, Smoot não hesitou em transpor uma nova etapa, cinco anos após a sua descoberta, ao descrever na revista Science a radiação fóssil como «a escrita manuscrita de Deus».

Dizem ainda os autores:
Certamente já lhe aconteceu um dia questionar-se, de forma fugaz, e sem se deter na pergunta: como fazer para entrever, nem que seja por um instante, a «face de Deus» no nosso mundo? Como saber, no fundo, se «qualquer coisa» - melhor ainda, se alguém – existe por detrás da máquina imensa que é o universo? Um espírito «imensamente superior ao homem», como, num certo dia de 1936, Einstein escreveu a uma criança. Raciocinemos um momento como Einstein e, globalmente, como os homens de ciência. O que lhes interessa na natureza, aquilo sobre o que trabalham duramente de manhã à noite (e muitas vezes durante a noite), são as leis. Para começar, vejamos uma coisa muito simples. Por exemplo aqueles flocos de neve de que falámos na introdução. Têm formas muito diferentes uns dos outros. Porém, todos, sem qualquer excepção, têm seis pontas. Não quatro ou cinco. Nem sete. Então porquê seis? Mesmo que isto provenha da água a partir da qual se formaram os flocos quem decidiu que seria assim? Outra «lei estranha»: colha algumas margaridas num prado, este Verão. Depois conte-lhe as pétalas. A primeira tem cinco. Outra tem treze. Outra ainda tem oito. Mas não encontrará nenhuma margarida com sete pétalas. Ou com dezasseis. Porquê Porque o número de pétalas de uma flor não se distribui ao acaso. Na realidade, existe uma lei matemática escondida nas profundezas da flor. Mas, mais uma vez, de onde vem essa lei?

Concluiem os autores:
Neste preciso instante, um satélite desliza em silêncio a um milhão e meio de quilómetros da Terra. Lançado a 14 de Maio de 2009, o PLANCK prossegue a sua missão extraordinária. Mergulhado no vazio e no frio glacial do espaço, longe da influência gravitacional do nosso planeta e do Sol…
Será preciso ainda ter paciência até ao final do ano 2012 para que os dados tratados e os primeiros resultados científicos da missão PLANCK sejam tornados públicos. Ao conseguir reconstruir o cenário enigmático dos primeiríssimos instantes do Universo, ao mostrar-nos como tudo começou, o PLANCK vai entregar à humanidade um fabuloso tesouro cosmológico: talvez não a face de Deus, mas, no fundo do abismo do tempo, misterioso e esplêndido, o próprio instante da Criação».
Editora Guerra e Paz
   


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