Chuva de Claridade
de Lama Jampa Thaye em 21 Abr 2013 Baseado na autoridade dos mestres iluminados Sakya tais como Sönam Tsemo, Sakya Pandita e Gorampa, como também nos comentários clássicos (shastras) da Índia, Chuva de Claridade explica os estágios do caminho da iluminação através do entendimento particular da tradição Sakya. O próprio texto é um dos primeiros tratados em língua inglesa, e agora em português, escrito com todas as qualidades de um comentário (shastra) tradicional, e também aborda as questões contemporâneas com que se enfrentam os praticantes budistas ocidentais. Escrito com uma lucidez excepcional de acordo com o seu título, Chuva de Claridade é um guia completo em todos os aspectos do percurso do dharma de acordo com a gloriosa tradição Sakya. No século XXI da Era Comum, estas tradições podem ser encontradas em todos os cantos da Europa. Assim, a este respeito, estou muito feliz que o meu estudante, José Rodrigues, tenha trabalhado diligentemente para produzir esta tradução de ‘Rain of Clarity’ (Chuva de Claridade), porque é uma introdução aos ensinamentos da nossa gloriosa tradição Sakya, que é até agora desconhecida em Portugal. Neste curto trabalho, resumi e destilei os ensinamentos dos meus próprios bondosos professores e dos nossos mestres de linhagem que sustentam a Tradição Sakya de contemplação e estudo.
Os Estágios do Percurso na Tradição Sakya Sobre o autor Lama Jampa Thaye detém inúmeras iniciações, transmissões e instruções das tradições Sakya, Kagyu, Nyingma e Kadam, e em particular, os seus professores Sakya incluem S.S. Sakya Trizin, Karma Thinley Rinpoche e Ngor Phende Rinpoche, que lhe transmitiram todos os ensinamentos Sakya. Do Prefácio por S. S. Sakya Trizin Lama Jampa Thaye apresenta os ensinamentos Budistas à luz do pensamento científico moderno e da vida contemporânea actual. Este trabalho torna-se então útil ao novo praticante, estabelecendo uma ponte entre o seu conhecimento corrente e o dharma profundo. Como um exemplo da lucidez e claridade da exposição de Lama Jampa Thaye, damos uma citação do início do primeiro capítulo intitulado “A Tomada de Refúgio nas Três Jóias A fundação da prática espiritual é a existência da natureza de buda no interior de todos os seres. É isto que motiva cada um de nós a procurar a libertação e a iluminação. Tal como diz Maitreya: Se não houvesse a natureza de buda, não haveria descontentamento com o sofrimento, nem com o desejo, esforço e aspiração ao nirvana. Esta predisposição inata ao estado de Buda não é mais que a natureza primordial da nossa mente. Contudo, a mente está actualmente coberta pelos véus dos dois obscurecimentos, sendo o primeiro o das emoções perturbadoras e o segundo a necedade [ignorância] no respeitante à realidade última. Ainda assim, não obstante estes factores encobridores, a mente mantém-se fundamentalmente pura, porque os obscurecimentos, sendo adventícios, não fazem parte da sua natureza inerente. Assim quando a mente encontra os métodos competentes do caminho espiritual, é-se motivado a praticar, os obscurecimentos vão-se desvanecendo progressivamente e o estado de Buda, a iluminação suprema, acontece.” (pag.19) E ainda sobre a posição dos mestres Sakya relativa à visão última Madhyamaka [Caminho do Meio] citamos parte do 4º capítulo sobre a compreensão do vazio, na pág.90: “ É a posição destes mestres Sakya que o objecto último da visão Madhyamaka é a verdadeira natureza da realidade, livre de todas as elaborações, as mais importantes das quais aquelas que demonstram os fenómenos como tendo existência verdadeira, não-existência verdadeira ou tendo qualquer outra característica relacionada com existência ou não-existência. Declara Chögyal Phakpa: Quando se reconhece que todos os fenómenos são primordialmente Não produzidos, sem essência e completamente não-elaborados, Não há nada em que se concentrar, assim como com o espaço. A verdadeira natureza dos fenómenos, sendo pela sua própria natureza destituída de quaisquer características pelas quais se possa apreendê-los, escapa a toda a linguagem ou todas formulações conceptuais. De facto, é esta conceptualização e a sua consecução manifestada em linguagem que perpetuam a ignorância que provoca a nossa apreensão dos fenómenos como tendo realidade verdadeira, e cuja falsa apreensão, por sua vez, gera turbulência emocional e acções que nos aprisionam em samsara. Assim o único modo de nos libertarmos do ciclo de nascimento e morte é desistir de toda a qualificação de fenómenos na experiência directa não-modificada da realidade. Esta visão Madhyamaka definitiva mantida na tradição Sakya é conhecida como ‘o caminho do meio livre de extremos’. O objetivo do lançamento está bem patente nas palavras que o autor enviou para serem lidas no lançamento do livro no passado dia 13 de Abril, que passamos a citar: “O professor sem par de deuses e humanos, o Buda Shakyamuni, revelou o dharma da libertação na Índia há cerca de dois milénios e meio. Subsequentemente, ele floresceu em numerosos países asiáticos, incluindo o Tibete, a Terra das Neves. Com o tempo, aí nasceram quatro grandes tradições de prática espiritual - Nymgma, Kagyu, Gelug e Sakya – que encheram essa terra e os países vizinhos com inúmeros santos e sábios que ergueram o estandarte da sabedoria e da compaixão. Agora, no século XXI da Era Comum, estas tradições podem ser encontradas em todos os cantos da Europa. Assim, a este respeito, estou muito feliz que o meu estudante, José Rodrigues, tenha trabalhado diligentemente para produzir esta tradução de ‘Rain of Clarity’ (Chuva de Claridade), porque é uma introdução aos ensinamentos da nossa gloriosa tradição Sakya, que é até agora desconhecida em Portugal. Neste curto trabalho, resumi e destilei os ensinamentos dos meus próprios bondosos professores e dos nossos mestres de linhagem que sustentam a Tradição Sakya de contemplação e estudo. É a minha oração que a publicação deste trabalho contribua para o crescimento do Budadharma em Portugal, e em particular que, com o tempo, a nossa gloriosa tradição Sakya, guiada por Sua Santidade Sakya Trizin, venha a florescer aqui, nesta terra de esplendor histórico e beleza situada na ponta ocidental do continente Europeu. Com os melhores votos e bênçãos, Lama Jampa Thaye” Deixamos ao leitor descobrir o resto deste conteúdo valioso em Budadharma conforme a tradição Sakya. Tradução de José Carlos Rodrigues Editado por Publicações Maitreya |
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