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Atisha
de Maria em 08 Mai 2016 ![]() Atisha fez a profissão solene (ordenação completa), de monge quando tinha vinte e nove anos em Bodhgāyā, o lugar de iluminação do Buddha. Seu nome de ordenação foi Dipamkara Shrijiñana, que significa “Lâmpada da sabedoria primordial”. Estudou todos os aspectos do Hīnayāna, Mahāyāna e Tantrayāna das mãos de muitos mestres, incluindo o grande mestre tântrico Rahulagupta. Não obstante, depois de receber todos estes ensinamentos profundos, sentiu que lhe faltava ainda a chave da iluminação. Rahulagupta aconselhou que se centrasse a cultivar amor e compaixão e a dedicar-se a espalhar Bodhichita, a mente que busca a iluminação por motivo dos demais. Atisha viajou para a Indonésia com um grupo de estudantes para encontrar um mestre de Bodhichita de renome, o Guru Selingpa. Ficou com o Guru Selingpa durante doze anos e foi ele que profetizou que Atisha viajaria “à terra das neves” para ensinar o Dharma, e converteu-se em um dos mestres espirituais mais venerados do seu tempo. Atisha voltou à Índia do norte com a idade de quarenta e cinco anos. Yeshe O, era o rei de uma província do Tibete ocidental onde o interesse pelo Budismo se mantinha forte e sonhou em trazer Atisha ao seu país, mas os seus intentos não tiveram êxito. Entretanto o rei buscava o ouro que lhe permitiria trazer o iminente mestre indiano, quando o Khan de Garlog o aprisionou. Os seus opressores exigiram que o rei abandonasse o seu plano de trazer Atisha ao Tibete, ou então teria de reunir seu próprio peso em ouro. Yeshe O, disse a seu sobrinho, Janchub O, que em lugar de usar o ouro para resgate, deveria enviar o ouro à Índia e oferecê-lo a Atisha. O rei sabia que o matariam, mas sentiu que se sacrificasse a vida, quem sabe o mestre não aceitaria o pedido. Janchub O, enviou um intérprete à Índia para que suplicasse a Atisha que ensinasse no Tibete. Os discípulos indianos não queriam perder o seu Guru venerável, contudo, quando Atisha o escutou comoveu-se profundamente, em especial pelo sacrifício de Yeshe O, o qual descreveu como um Bodhisattva pela sua devoção ao Dharma. Assim, é com a idade de cinquenta e três anos que Atisha empreendeu a viagem de dois anos à capital do Tibete ocidental, chegando em 1042. Em lugar de pedir a transmissão de poderes superiores, Janchub O, que era agora o rei, pediu a Atisha que desse uma instrução básica de um modo, que o povo pudesse integrar a prática budista em sua vidas diárias. Atisha passou dezassete anos ensinando a doutrina budista no Tibete. Faleceu com a idade de setenta e dois anos. O seu livro mais famoso é: “Uma Luz no Caminho”. Quanto à deusa inspiradora de Atisha, a sublime Tara, a principal figura feminina na tradição budista, é Diz-se que Tara foi em outro Tempo, uma devota praticante budista, a princesa chamada Sherab Drolma. Depois de muitas vidas no caminho espiritual converteu-se numa Bodhisattva, ou “heroína iluminada”, aquela que faz o voto de voltar a nascer até que não haja mais sofrimento no mundo. Alguns monges sugeriram-lhe que nascesse como homem que seria, assim, de maior benefício para todos. Entendendo que masculino-feminino são meras etiquetas ela respondeu: Não existe tal coisa como homem e mulher, “eu” e “meu”, e vendo que havia poucas praticantes femininas fez o voto de trabalhar para aliviar o sofrimento renascendo num corpo de mulher. Existem vinte e duas emanações de Tara, contudo as formas principais são Branca e Verde. Tara está estreitamente associada com Avalokiteśvara, o Buddha da Compaixão. Diz-se que, noutro tempo, quando Avalokiteśvara estava observando o sofrimento dos seres no mundo, se sentiu impotente ao pensar na tarefa de salvar tantos seres e começou a chorar. Das suas lágrimas nasceram Tara Branca e Tara Verde para dar-lhe ânimo e ajudar os seres em viagens através dos oceanos da existência. Ambas as Taras defendem dos perigos externos tais como fogo e terramotos, e de perigos internos tais como as emoções negativas do orgulho e da ira, e, sendo que Tara é dinâmica e trabalha activamente para superar os obstáculos, associa-se a Tara Branca com a protecção e a purificação. Ainda dentro da tradição religiosa tibetana, encontramos Tsong Khapa, um dos maiores filósofos e reformadores budistas de todos os tempos. Nasceu em 1357, na província de Amdo no Tibete oriental. Tsong Khapa lançou-se a reformar a prática budista no Tibete que havia perdido parte da sua pureza original. Notou um desleixo na prática e falta de disciplina moral, na qual acreditava ser essencial para o progresso espiritual. Revitalizou a tradição do Kālachakra, que ia desaparecendo e instituiu o festival de Monlam, uma festa de três semanas que se centra em actividades espirituais e que continua sendo o festival mais importante do Tibete. Em 1409 fundou o Mosteiro de Garden, onde instituiu um programa rigoroso dos três fundamentos superiores de ética, concentração, sabedoria, junto com o debate filosófico. Foi a partir destas bases monásticas que se formou a escola Gelug. Gelug significa “Forma de virtude”. É a mais moderna das quatro escolas budistas tibetanas e à qual pertence o actual Dalai-Lama. ![]() |
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