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  Objectos misteriosos  20 Mar 2012

Objectos misteriosos no limite do espectro electromagnético

O olho humano é crucial para a Astronomia. Sem a capacidade de ver, o Universo luminoso de estrelas, planetas e galáxias estaria fechado para nós, desconhecido para todo o sempre. No entanto, os astrónomos não conseguem desfazer-se do seu fascínio pelo invisível.

Para lá do reino da visão humana está todo um espectro electromagnético de maravilhas. Cada tipo de radiação -- desde ondas de rádio até raios-gama -- revela algo único acerca do Universo. Alguns comprimentos de onda são mais indicados para estudar buracos negros; outros revelam estrelas e planetas recém-nascidos; enquanto outros iluminam os primeiros anos de história cósmica.
A NASA tem muitos telescópios a "estudar os comprimentos de onda" em ambas as direcções do espectro electromagnético. Um deles, o Telescópio Fermi de Raios-Gama em órbita da Terra, acaba de atravessar uma nova fronteira electromagnética.

"O Fermi está a detectar fotões energéticos e 'loucos'," afirma Dave Thompson, astrofísico do Centro Aeroespacial Goddard da NASA. "E está a detectar tantos que fomos capazes de produzir o primeiro mapa do Universo altamente energético."

A luz que vemos com os nossos olhos consiste de fotões com energias entre 2 e 3 eV. Os raios-gama que o Fermi detecta são milhares de milhões de vezes mais energéticos, desde 20 milhões até mais de 300 biliões eV. Estes fotões em raios-gama são tão energéticos, que não podem ser "guiados" pelos espelhos e lentes que se encontram em telescópios normais. Ao invés, o Fermi usa um sensor mais parecido a um contador Geiger do que a um telescópio. Se conseguíssemos usar os "óculos" do Fermi para ver em raios-gama, éramos testemunhas de poderosas balas de energia - raios-gama individuais - oriundos de fenómenos cósmicos como buracos negros supermassivos e explosões de hipernovas. O céu seria um frenesim de actividade.

Antes do Fermi ter sido lançado em Junho de 2008, conhecia-se apenas quatro fontes celestes de fotões neste intervalo energético. "Em apenas 3 anos, o Fermi descobriu quase 500 mais," afirma Thompson.

O que se situa neste novo reino? "Muitos mistérios, só para começar," afirma Thompson. "Cerca de um terço das fontes não podem ser ligadas claramente com qualquer um dos tipos conhecidos de objectos que produzem raios-gama. Não temos ideias do que são."
O resto tem uma coisa em comum: energia prodigiosa.
"Entre eles estão buracos negros supermassivos apelidados de blazares; os restos ferventes de explosões de supernova; e estrelas de neutrões ultra-rápidas denominadas pulsares."

E alguns destes raios-gama parecem vir das 'bolhas de Fermi' - estruturas gigantes emanando do centro da Via Láctea e com aproximadamente 20.000 anos-luz de comprimento, tanto para cima como para baixo do plano galáctico.
Exactamente como é que estas bolhas se formaram, é outro mistério.
Agora que o primeiro mapa do céu está completo, o Fermi está a trabalhar noutro, mais sensível e detalhado.
"Nos próximos anos, o Fermi deverá revelar algo novo acerca de todos estes fenómenos, o que os faz trabalhar, e o porquê de gerarem níveis tão 'anormais' de energia," afirma David Paneque, líder do trabalho do Instituto Max Planck na Alemanha.
Por agora, existem mais desconhecidos do que conhecidos neste "mundo do Fermi". Conclui Thompson: "É muito excitante!"

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