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A finalidade de “Sugestões de Leitura” é colocar em destaque obras, cujo valor espiritual merecem um olhar atento, mais profundo, em consonância com a temática da secção em que se insere.

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O Rosto e a Obra

de Maria Ferreira da Silva

em 31 Jan 2021

  "O Rosto e a Obra", que consta de entrevistas a vários autores realizadas por António Paiva, inserem-se agora em livro e dada à estampa pela Espiral. Realizadas em 2014 foram revistas e actualizadas para esta obra, da qual destaco alguns autores: Maria J. Costa Félix, Manuel J. Gandra. José Manuel Anes, Vera Faria Leal e Pedro Teixeira da Mota. No Prefácio de António Paiva pode-se ler: Com este projecto pretendemos divulgar a obra de autores nacionais na área da espiritualidade e, também, trazer à luz aspectos menos conhecidos dos seus percursos individuais. Dúvidas, inquietações e anseios. Pessoas e movimentos que conheceram e marcaram. Outros países que os acolheram e influenciaram. Propósitos e missões a que se entregaram de corpo e alma. Reflexões sobre a vivência da espiritualidade nos tempos que decorrem e no país que habitam. Enfim, de que forma os seus destinos forma sendo construídos.

AP – António Paiva
MFS – Maria Ferreira Silva

AP – Boa tarde Maria muito obrigado por ter acedido ao nosso convite para participar nesta série de Entrevistas, O Rosto e a Obra.
A Maria está desde cedo ligada à espiritualidade e é autora de um conjunto vasto de obras sobre esta temática em geral e nalguns casos sobre a espiritualidade em Portugal. Temos aqui exemplares e já é um número considerável de obras. Um esforço também considerável de escrita e, com certeza, um labor profundo de trabalho interior.
Como é que tudo isto começou. Começou cedo e com que idade?
Posso falar de si como uma mística ou uma esotérica?

MFS – Não tanto esotérica, mais uma espiritualista, uma mística também.

AP – Faz sentido afirmar através num contacto directo com o Divino?

MFS – Sim foi essa a busca e o encontro.

AP – E foi assim que as coisas começaram na sua vida. Com um contacto directo?

MFS – Sim, prematuramente. E em relação à leitura também. Não na escrita, porque não tive qualquer inspiração, nem intuição de que algum dia fosse escrever.
Mas a sede de conhecimento começou muito cedo. Lembro-me que, e talvez fosse este o meu primeiro êxtase, quando percebi que sabia ler. Recordo que fui de noite à festa de S. João com os meus pais. Estava a começar a soletrar as palavras, e quando vi os letreiros luminosos soletrei e consegui ler a palavra toda. Fiquei feliz. Eu já sei ler!
A minha sede de conhecimento manifestou-se na leitura. Não parei mais e já na minha adolescência lia Eça de Queiroz e Júlio Dinis. Enfim, alguns autores que só mais tarde os adolescentes habitualmente liam, por imposição escolar.

AP – E houve algum autor que a tenha marcado nessa época?

MFS – Talvez o Júlio Dinis. Também gostava do Bocage. Mas o relevante era a sensação de uma busca. Mas essa busca manifestava-se na leitura e não na escrita. Curiosamente, não tive apelo para a escrita a não ser por volta dos meus dezasseis anos, em que comecei a escrever poesia, mas só poesia, de resto não tinha mais inspiração.

Na realidade não tinha ainda despertado para uma espiritualidade consciente, mas desde os meus seis anos de idade, lembro-me de quando ia para a escola, tinha experiências, realmente transcendentes com Jesus. Por isso não me importo que me chame mística.

AP – Desde tão cedo!

MFS – Sim, com seis anos. Eu ia muitas vezes sozinha para escola, porque naquela época podíamos andar sozinhos e, recordo-me dessas fortes experiências espirituais e de me sentir acompanhada

AP – E sempre as identificou como sendo Jesus?

MFS – Sempre. Houve uma altura em que fui a um sítio no Gerês e fui espreitar uma das várias capelas, dedicadas à vida de Jesus na sua ida para o Calvário.

AP – Deve ter sido na Peneda, perto de Castro Laboreiro. Eles têm os Passos do Senhor?

MFS – Talvez e então quando espreitei, do coração de Jesus saiu uma bola direita ao meu coração e senti uma expansão de amor indescritível. Ficou presente na minha infância toda. E quando me lembrava voltava a ter esse mesmo êxtase.
Só mais tarde vim a perceber o que se passava quando, já numa espiritualidade consciente começo a ter novamente esses estados. Só então é que percebi o que me tinha acontecido em criança e os identifiquei com o samadhi, das filosofias da Índia. Convém explicar que as experiências de que falo, não são emoções, são ligações espirituais da Alma ou Consciência a planos superiores e marcam, obviamente, o caminho de quem as realiza. São impulsos para expansões de Consciência, que gradualmente, levam à integração no Divino.
Por conseguinte eu já vinha nesse estado místico de ligação com o Divino. Considerava esses estados normais e nunca falava deles porque pensava que toda a gente os tinha. Isso marcou-me bastante. Eu era muito, muito feliz!
Tive uma infância muito feliz, também com os meus seis irmãos e os meus pais, que eram bons educadores.
  (... continua) 


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