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A Morte - Início de Vida? II Parte

de Zelinda Mendonça

em 23 Out 2006

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Já no século XV (1492) vai surgir no cristianismo, como forma de acompanhar a viagem dos mortos, o texto que ficou conhecido por “Ars Moriendi”.
Na linguagem simbólica da época fala-se de um combate entre o nosso anjo (§) da luz e o nosso anjo das trevas.
Neste texto, feito para acompanhar “o último combate”, assinalam-se as várias provas que temos de passar e que são sete: a dúvida; o desespero; o apego; a cólera; a vanglória; a dúvida e a fé. Nesta última etapa há como que uma transfiguração, o rosto da pessoa “muda” e o “sopro” abandona-se finalmente no repouso.

Na tradição Ortodoxa a morte é chamada de Dormição. Acompanhar alguém nos seus derradeiros instantes é ajudá-lo a entrar em “Repouso”.
Segundo Jean-Yves Leloup estes rituais da Dormição ainda hoje são conhecidos e praticados nos mosteiros russos, gregos, egípcios, romenos, etc. – é o chamado Sacramento dos Doentes ou Extrema – Unção também praticado no mundo católico.
É um ritual existente desde os primeiros séculos do Cristianismo e que deve ser executado por um acompanhante. São sete as etapas: a compaixão; a invocação; a unção do óleo; a escuta; o perdão; a comunhão e a contemplação.
Acompanhante e acompanhado estão juntos na presença do mistério. A unção “abre as portas da casa que é corpo, para o Jardim, que é o Divino”. Há que escutar o moribundo, respeitá-lo não deixando que ele se feche sobre si, alertando para o infinito perdão divino. A vivência deve ser dos dois, em silêncio. A porta abre-se para o Jardim mas ainda falta dizer “vai…vai…eu permaneço aqui, mas contemplo a claridade através da janela; claridade que ainda imagino, quando tu já a vês. Estamos não obstante na mesma luz”… (Jean-Yves Leloup).

Já na actualidade o Professor de Teologia Leonardo Boff dedicou a sua atenção à temática da Morte e no seu livro “Vida para Além da Morte” faz um estudo profundo tendo como base a doutrina do Cristianismo católico.

Leonardo Boff refere que no Cristianismo existe a noção de Ressurreição.
No credo os cristão afirmam: «creio na ressurreição da carne e na vida eterna, ámen». Esta afirmação foi muitas vezes interpretada de forma literal. Mas Leonardo Boff refere «ressurreição não deve ser interpretado como reanimação de um cadáver (…) mas como a total e exaustiva realização das possibilidades latentes no homem, possibilidades de união íntima e hipostática com Deus, comunhão cósmica com todos os seres, superação de todos os liames e alienações que estigmatizam a nossa existência terrestre no processo de gestação».

«A felicidade que na terra gozamos, o bem que fazemos e as alegrias que saboreamos no dia a dia da existência são já vivência do céu (…) As dores que suportamos podem significar o processo purificador que nos faz crescer e abrir mais e mais para Deus e podem antecipar o Purgatório. O fechamento sobre si mesmo e a exclusão dos outros podem nos dar a experiência do Inferno que aqui o mau e o egoísta vão criando para si e que na morte recebe carácter definitivo, pleno».

«Pela morte o homem-alma não perde a sua corporalidade. Esta é-lhe essencial. Não deixa o mundo, penetra-o de forma mais radical e universal».

Para Leonardo Boff, « a ressurreição na morte não é totalmente plena: só o homem no seu núcleo pessoal participa da glorificação (…) Na morte cada qual ganhará o corpo que merece: ele será a perfeita expressão da interioridade humana, sem as estreitezas que envolvem o nosso presente corpo carnal».

«O corpo glorioso terá as qualidades do homem-espírito que são de universalidade e ubiquidade. Já Aristóteles observava que pelo espírito somos de alguma forma todas as coisas».

«O corpo transfigurado será em plenitude aquilo que em sua expressão temporal já realiza em deficiência: comunhão, presença, relacionamento com todo o Universo».

«A ressurreição manterá a identidade pessoal do nosso corpo. Mas não a sua identidade material, que varia de sete em sete anos (…) A ressurreição conferirá a cada qual a expressão própria, adequada à estrutura do homem interior».
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